A revisão para baixo na projeção para a safra brasileira de grãos deste ano foi puxada por expectativas menores para a colheita de trigo, ante o estimado em setembro, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de outubro, divulgado nesta quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A safra de 2023 deve totalizar 317 milhões de toneladas, 20,6% maior que a de 2022, mas 0,3% inferior ao previsto em setembro, 803,2 mil toneladas a menos.
Ante o previsto em setembro, houve recuos nas estimativas para a colheita de trigo (-12,9%, ou -1,354 milhão de toneladas), aveia (-12,6%, ou -156,342 mil toneladas), tomate (-1,5% ou -60,137 mil toneladas), milho de segunda safra (-0,06% ou -59,232 mil toneladas), cevada (-10,3% ou -56,407 mil toneladas) e milho de primeira safra (-0,04% ou -12,350 mil toneladas).
Na direção oposta, houve melhoras nas projeções para o sorgo (+2,7% ou +109,360 mil toneladas), arroz (-1,2% ou +124,503 mil toneladas), soja (+0,4% ou + 601,459 mil toneladas) e cana de açúcar (+1,04% ou + 7,297 milhões de toneladas).
Segundo Carlos Guedes, gerente da pesquisa do IBGE, o País ainda terá colheita recorde de soja, milho, sorgo e algodão em 2023, mas o excesso de chuvas na região Sul do País reduziu as estimativas para a produção agrícola deste ano, atingindo o desempenho das culturas de inverno, sobretudo do trigo.
"Observamos aumento de chuvas na região Sul, e as culturas de inverno ainda não foram colhidas, estão em período de colheita. Esse excesso de chuvas atrapalha", disse Guedes, acrescentando que o Sul é a principal região produtora das colheitas de inverno. "Atrapalhou um pouco as colheitas de inverno e diminuiu um pouco as nossas estimativas (de safra)."