Mais de duas mil armas brancas, entre facas, facões e barras de ferro, 271 celulares e até sete estações de radiotransmissão foram encontrados pelas Forças Armadas nos dez presídios onde foram realizadas buscas nos Estados do Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul, durante o primeiro mês da Operação Varredura.
Os radiotransmissores foram descobertos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) durante a revista feita pelos militares do Exército, na última segunda-feira, 6. Os equipamentos estavam funcionando apesar de o presídio ter bloqueador para celular instalado. O Compaj ganhou as manchetes do mundo após o massacre de 57 presos no primeiro dia do ano.
Na última segunda, o complexo de Manaus voltou a ser palco de enfrentamento de policiais militares e presos, quando 37 detentos ficaram feridos, durante a realização da revista.
Além do Complexo de Manaus, também foram vistoriados a penitenciária de Alcaçuz, em Natal, e a de Monte Cristo, em Roraima, que assim como o Compaj foram palco de barbáries neste início de ano. Os cerca de quatro mil homens do Exército e da Marinha vasculharam as instalações ainda dos presídios de Rondônia e Mato Grosso do Sul (MS).
Novas operações de surpresa serão realizadas pois há uma autorização para que as tropas federais façam este tipo de serviço, com base na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até o final deste ano. As ações acabaram por inibir a ações das quadrilhas nos presídios.
Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a ação das Forças Armadas têm por objetivo “complementar a atuação dos órgãos de segurança pública neste momento de tensão”. Para ele, “mesmo com a duração de um ano da Operação Varredura, é importante que as autoridades locais deem seguimento a ações desta natureza, tornando as vistorias algo permanente, incluindo a implementação de medidas preventivas contra o ingresso de material ilícito nos estabelecimentos prisionais”.
Além dos radiotransmissores, balanço preliminar feito pelo Ministério da Defesa mostra que foram encontrados 3038 itens de posse proibida, como dinheiro ou eletrodomésticos e elevada quantidade de armas brancas (mais de duas mil) e celulares. Também foram resgatados 160 acessórios de celulares (como carregadores e fones de ouvido), 29 baterias, 18 tabletes de entorpecentes , 45 trouxinhas de entorpecentes, seis recipientes com bebidas alcoólicas, 185 substâncias suspeitas.
Cerca de quatro mil homens da Marinha e do Exército participaram das dez primeiras operações, realizadas desde seis de fevereiro, em parceria com a Secretaria de Segurança dos Estados, sem contato das tropas federais com os presos, que foram isolados durante as varreduras nas celas e instalações administrativas. Durante as varreduras, os militares utilizaram detectores por raio X e de metais, os mesmos que foram empregados em grandes eventos realizados no País, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio. Equipes com cães farejadores, que podem detectar drogas ou explosivos, também fizeram parte da ação.