A recente ameaça de um integrante do Estado Islâmico (EI) ao Brasil, pelo Twitter, fez o Exército intensificar a preparação da tropa para a Olimpíada, afirmou o coronel Mario Fernandes, chefe do Estado Maior da Primeira Divisão de Exército. A força fez o último evento-teste de segurança antes da Olimpíada no Complexo Olímpico de Deodoro, zona oeste, na manha desta quarta-feira.
“Há uma preocupação com esse tipo de ameaça. O Brasil, pela sua tradição, não é alvo de terroristas, mas no momento em que traz estrangeiros, representações de países que eventualmente possam ser alvo, o Brasil pode sofrer alguma ação. Essa preocupação não começa agora (com a ameaça). Mas estamos trabalhando com seguranças de grandes eventos efetivamente desde 2007, sejam reuniões de chefes de estado, coalizões comerciais entre os países. Essa segurança já vem sendo feita. Ameaça terrorista é sempre vislumbrada. Não mudou em nada o nosso exercício. O que houve foi uma intensificação”, afirmou o coronel Mario.
Na semana passada, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou que Maxime Houchard, francês que se juntou ao EI em 2013, postou a frase “Brasil, vocês são nosso próximo alvo”, dias depois dos ataques terroristas em Paris, que, em 13 de novembro do ano passado, deixaram 137 mortos (incluindo sete terroristas) e mais de 300 feridos. A conta de Maxime foi suspensa pelo Twitter. A Abin informou que aumentou o monitoramento de pessoas que são simpatizantes do EI e vivem no Brasil.
Nesta quarta, na Operação Cardeal IV, 800 militares patrulharam o entorno do Estádio Olímpico de Tiro, onde ocorreu a Copa do Mundo de Tiro Esportivo. Foram montados postos de controle e bloqueio do trânsito, além de monitoramento da região por câmeras. O Complexo Olímpico de Deodoro abriga instalações olímpicas, como o Parque Radical, Centro de Hipismo, Centro Aquático e Centro de Hóquei. Ao todo, 5.500 militares, de duas brigadas, patrulharão a região na Olimpíada.