A confiança dos consumidores voltou a cair no mês de julho, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado nesta sexta-feira, 28, recuou 1% na comparação com o mês passado, para 99,5 pontos. A piora foi generalizada, ou seja, a percepção dos brasileiros está menos otimista em relação a emprego, renda, compras futuras e inflação.
No confronto com julho do ano passado, o Inec diminuiu 1,7%. Com o resultado, o índice está 8,2% abaixo da média histórica, que é de 108,4 pontos.
Consumidores menos confiantes tendem a diminuir as compras e buscam recompor suas reservas financeiras, explica o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Com a retração da demanda, aumentam as dificuldades de recuperação da atividade e da economia”, disse o especialista, em nota divulgada pela Confederação.
Todos os indicadores de expectativas caíram em julho, mas a maior queda foi verificada na perspectiva sobre o emprego, com recuo de 5,2% ante junho. Já o índice que mede a expectativa de inflação diminuiu 1,5% no mesmo período.
O indicador de expectativa de renda pessoal, por sua vez, caiu 0,7% na passagem de junho para julho. “Quanto menores os índices, menor é o número de pessoas esperando queda no desemprego e na inflação ou o aumento da renda pessoal”, frisou a CNI.
A menor confiança nesses indicadores ainda impactou a intenção de compra dos consumidores, apontou a entidade. O indicador de expectativa de compras de bens de maior valor, como móveis e eletrodomésticos, caiu 1,7% em relação a junho.
Na comparação das condições atuais com a de três meses atrás, os consumidores percebem uma melhora na situação financeira (alta de 1,1% na passagem do mês) e no endividamento (melhora de 2%). Para a CNI, isso indica que as pessoas estão menos endividadas e com uma situação financeira melhor do que há três meses.
O Inec é feito em parceria com o Ibope Inteligência. A edição de julho ouviu 2 mil pessoas em 125 municípios brasileiros entre os dias 13 e 16 deste mês.