O diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira que, na previsão mais otimista, os desembolsos do banco podem chegar a R$ 160 bilhões em 2024, cerca de 1,4% do PIB brasileiro.
Barbosa disse que a direção do BNDES trabalha com uma expectativa de desembolsos entre R$ 125 bilhões e R$ 160 bilhões ao longo de 2024, o que ficaria entre 1,1% e 1,4% do PIB do País. Em 2023, os desembolsos do BNDES alcançaram 1,1% do PIB, ante 1% em 2022. Barbosa fez os comentários em coletiva de imprensa sobre os resultados financeiros do BNDES em 2023.
"A retomada de captações externas ajudaria o aumento de desembolsos. E quanto maior o investimento na economia, maior tende a ser o envolvimento do BNDES", disse Barbosa ao citar o Novo PAC e planos como o Nova Indústria Brasil (neo industrialização) e o Plano de Transição Ecológica como vetores futuros do crescimento dos desembolsos. "(Esses planos) ajudam na expansão sustentável da demanda", completou.
O diretor defendeu que o BNDES é a instituição que mais entende de investimento de longo prazo sobre o Brasil no mundo e, portanto, seria opção natural.
<b>Dados de 2023</b>
Segundo o diretor, as consultas em infraestrutura saltaram de R$ 59 bilhões em 2022 para R$ 126 bilhões em 2023; as aprovações em infraestrutura, de R$ 64 bilhões para R$ 79 bilhões de um ano para o outro; e desembolsos em infraestrutura saíram de R$ 42 bilhões em 2022 para R$ 48 bilhões em 2023.
Ele destacou, também, que as aprovações com recursos do Plano Safra e Crédito Rural saíram de R$ 26,9 bilhões em 2022 para R$ 39,4 bilhões em 2023.
"Dos desembolsos do ano passado, 82% foram realizados a taxas de mercado", disse Barbosa, negando versões sobre aumento desordenado de empréstimos subsidiados, em geral vindas de críticos do aumento da participação do banco no mercado de crédito do País.