Estadão

Expectativa por estímulos da China anima Ibovespa apesar de NY fraca

A promessa da China de que estimulará mais a segunda maior economia do mundo deve impedir o Ibovespa se seguir a indicação de queda das bolsas americanas, na esteira de balanços de grandes empresas de tecnologia. Como em sua composição o índice Bovespa tem em parcela considerável de ações ligadas a commodities metálicas, pode ter uma abertura positiva. No entanto, o acumulado de abril será de perdas. Até o fechamento de ontem, a queda mensal era de 8,40%. Às 10h49, cedia 7,19% nessa base de comparação.

O governo chinês deve fazer uma pausa no cerco de meses contra empresas de tecnologia, segundo pessoas a par do assunto, enquanto as autoridades buscam deter uma rápida deterioração nas perspectivas econômicas do país.

"Noticia de que a China diminuir a pressão regulatória de algumas empresas ajuda. Além disso, dados de inflação menores no Brasil, também, como mostrou o IGP-M de abril abaixo do consenso 1,73%, ante 1,74% em março e mediana de 1,70%" avalia Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos.

Conforme ele, o arrefecimento reflete o aperto monetário iniciado pelo Banco Central antes de outros países, que estão começando agora. "E tem o corte do IPI, que atinge principalmente o setor de eletrônicos e tende a diminuir a pressão inflacionária", acrescenta Oliveira, completando que isso ajuda a "desamassar" alguns papeis ligados a consumo. Porém, pondera que o cenário segue desafiador.

Nem mesmo o anuncio do aumento na alíquota da CSLL para os bancos de 20% para 21% e de 15% para 16% para instituições financeiras não bancárias desanima o índice Bovespa, tampo ações do setor.

"Finalmente o governo decidiu sobre o financiamento do refis do Simples. De acordo com decreto presidencial publicado no final do dia de ontem, ficou determinado que ocorrerá: 1) aumento de CSLL de instituições financeiras, que sobe 1pps, e a 2) redução dos créditos de IPI na produção de refrigerantes. De maneira geral, o decreto veio em linha com o sinalizado pelo governo em ocasiões recentes", resume em nota a Terra Investimentos.

De um lado, o efeito da CSLL pode já ter sido precificado pelo setor na Bolsa, mas ainda assim poder gerar cautela quanto a impactos futuros na economia, como critica o presidente da Febraban. Já a decisão do governo de ampliar o corte da alíquota do IPI de 25% para 35% pode estimular alta de ações ligadas à retomada no momento em que a atividade ainda cambaleia.

Além disso, novos dados de emprego divulgados hoje pelo IBGE reforçam essa percepção de alguma melhora econômica, depois do Caged informado na véspera

Enquanto as bolsas americanas cedem na esteira de balanços e após os EUA divulgarem os números do índice de preços dos gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), renda pessoal e gastos com consumo de março, as bolsas europeias sobem depois de indicadores de atividade e inflação.

"Colheita dados de PIB e inflação pela Europa resume um cenário de crescimento fraco e inflação ainda elevada", cita a Terra.

Às 10h57, o Ibovespa subia 1,57%, aos 111.682,01 pontos. Vale ON tinha alta de 2,96%, seguindo o ganho de 2,92% do minério de ferro no porto chinês de Quingdao. Petrobras subia mais de 3%, em meio à alta superior a 1% do petróleo no exterior. Entre bancos, o ganho máximo se aproximava de 4% (Unit de Santander).

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