Glover Teixeira tem tudo para fazer história no UFC. Aos 42 anos, que serão completados nesta quinta-feira, 28, ele sobe nos octógonos da entidade em busca de mais um cinturão para o Brasil. O mineiro encara o polonês Jan Blachowicz, atual campeão dos peso meio-pesado. Esta será a luta da noite do card principal do UFC 267, que será realizado neste sábado, na Ilha da Luta, em Abu Dabi.
Em entrevista ao <b>Estadão</b>, Glover se mostrou bem feliz, tranquilo e motivado. Ele evitou revelar qual será a estratégia adotada para o confronto, mas garante que vai pra cima de Blachowicz e não quer que a decisão seja tomada pelos juízes. O brasileiro quer acabar com a luta ele mesmo. Além disso, ele fez uma reflexão sobre sua disputa de cinturão há sete anos e fez questão de destacar seus companheiros de treinamento, que o ajudam a ser um atleta mais versátil e preparado para qualquer desafio.
A luta deste sábado foi inicialmente marcada para o UFC 266, no dia 25 de setembro, mas acabou sendo adiada em mais de um mês. Com isso, Glover irá atrás do cinturão apenas dois dias depois do seu aniversário de 42 anos. Ele ocupa a primeira posição da sua categoria: a dos peso meio-pesado, de até 93kg. Atualmente, possui um cartel de 32 triunfos e apenas sete derrotas. Glover saiu vitorioso em seus últimos cinco compromissos.
<b>Qual sua expectativa para a luta?</b>
Está muito boa. Estou muito bem preparado. Muito feliz com os treinos do jeito que estão indo. Estou nos últimos preparativos. Eu estou felizão . Felizão com tudo que está acontecendo e confiante.
<b>O quanto o adiamento atrapalhou seus planejamentos?</b>
Na verdade, o adiamento aconteceu tão lá no início, não estava nem treinando para Camp. Só remarcaram para outubro. Não mudou nada. A verdade agora é que eu ia ser campeão com 41 e agora vou ser campeão com 42 (risos).
<b>Qual estratégia pretende utilizar contra seu adversário?</b>
A gente está trabalhando tudo. O Jan Blachowicz é um cara bem completo. Claro que meu chão é algo que ele vai estar esperando. Um chão mais afiado. Minhas lutas eu acabo mais no chão e ele acaba mais em pé. Mas eu estou preparado pra tudo. O Jan tem muitas aberturas para tomar uns golpes, ele se expõe às vezes, ele espera muito… A gente está fazendo uma estratégia boa. Não posso falar qual é, porque esse tipo de coisa vaza. Mas assim: é um jogo que eu faço, um jogo de pressionar, um jogo de cansar e levar ele para o fundo das águas. Vou levar ele lá no fundo do poço para ver se ele vai aguentar respirar.
<b>Como você tem se preparado?</b>
Tenho treinado com Caio Magalhães, Poatan (Alex Pereira), Wellington Turman, o Índio… tudo são Peso-Pesado do boxe. A gente está numa pequena cidade, numa pequena academia que eu abri. Eu estou muito feliz. Gratidão por tudo que está acontecendo. Os caras são monstros. Treinar com os melhores do mundo… Poder ter essa oportunidade é muito top . A preparação está muito, muito boa mesmo. O meu coach é sensacional. Está trabalhando muito com todos nós sobre o boxe, o kickboxing… o Poatan ajuda muito. O treino está top de linha.
<b>O que podemos esperar desse novo Glover Teixeira?</b>
Esperar um cara bem preparado e um cara bem determinado. Determinado a ir lá e sair com a vitória. Todo mundo que assiste minhas lutas, todo mundo sabe como eu luto e sabe meu estilo. Eu não gosto de deixar nas mãos dos juízes. Eu vou para finalizar a luta, eu vou para acabar com a luta. Agressividade o tempo todo. A expectativa está lá em cima.
<b>Voltando sete anos no tempo e pensando no agora: o que mudou desde a sua última disputa de cinturão do UFC?</b>
Acho que a cabeça. Cabeça e experiência. Estou mais tranquilo. Sete anos atrás estava naquele hype , vindo e destruindo todo mundo… talvez aquilo pressionou um pouco. Aquela pressão de ser campeão e vamos com tudo . Nestes sete anos tive altos e baixos. Brigando para buscar o cinturão de novo. Eu tive momentos que nem achava que ia conseguir disputar esse cinturão. Mas a disciplina, o trabalho duro e a vontade falaram mais alto e eu consegui adaptar meu estilo de vida com o atleta, o profissional e hoje estou aí: pronto para disputar esse cinturão e pronto para buscar outros mais.
<b>E pegou não larga mais?</b>
Peguei não largo mais não sei (risos). Vou pegar essa cinta, vou defender… não largar mais é complicado pois estou com 42 e não sei mais quanto tempo eu vou ficar defendendo não. Mas com certeza hoje eu só penso em ser campeão, entendeu?
<b>Que recado você gostaria de mandar para o Jan Blachowicz?</b>
Espero que ele esteja treinando duro, treinando forte e que esteja preparado para uma guerra no octógono. Ele sabe que ele vai ter de lutar muito para defender o cinturão dele. Ele é um grande campeão, mas eu vou com tudo para quebrar ele e buscar o cinturão.