Estadão

Explosão em mesquita deixa mortos e feridos no Afeganistão, diz Taleban

Uma explosão deixou ao menos três mortos e 15 feridos nesta sexta-feira, 12, numa mesquita no distrito de Spin Ghar, província de Nangarhar, no leste do Afeganistão. O ataque ocorreu durante a tradicional oração de sexta-feira, quando as mesquitas costumam a ficar lotadas de fiéis.

"Posso confirmar que houve uma explosão durante as orações de sexta-feira dentro de uma mesquita no distrito de Spin Ghar. Há mortos e feridos", disse um membro do Taleban. A bomba estava escondida em um alto-falante, localizado perto do imã, disse Walli Mohammed, que é morador do bairro. A carga explodiu quando o alto-falante foi ligado para iniciar a oração, acrescentou ele.

Não houve nenhuma reivindicação imediata de responsabilidade pelo ataque, o mais recente de uma série de explosões que atingiram mesquitas no Afeganistão nas últimas semanas, minando a afirmação do Taleban de ter restaurado a segurança após décadas de guerra.

A explosão ocorreu nos arredores de Jalalabad, uma cidade no leste do Afeganistão, perto da fronteira com o Paquistão, que se tornou um reduto do ramo afegão do grupo jihadista do Estado Islâmico, conhecido na região como IS-K.

A mesquita é frequentada por muçulmanos sunitas. Ataques anteriores desde a tomada do poder pelos talebans atingiram as mesquitas xiitas e foram reivindicados pelo grupo sunita Estado Islâmico Khorasan. Nangarhar é o principal reduto do EI no Afeganistão. Nesta província, a mídia local noticiou uma série de assassinatos nas últimas semanas, atribuídos a confrontos entre o Taleban e combatentes do EI-K.

O Estado Islâmico Khorasan é um grupo extremista que há muito tem como alvo os muçulmanos xiitas no Afeganistão, concentrando-se fortemente na minoria étnica hazara, que é predominantemente xiita.

Mais de 120 pessoas foram mortas em ataques de EI-K nas últimas semanas em duas mesquitas frequentadas pela minoria xiita Hazara em Kandahar, no sul, e Kunduz, no norte. No entanto, o governo Taleban tende a minimizar publicamente a ameaça. (Com agências internacionais).

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