Estadão

Exportações russas de petróleo se mantêm apesar da proibição iminente, diz AIE

Mais de 1 milhão de barris por dia (bpd) em exportações de petróleo da Rússia devem ser derrubados por sanções ocidentais que devem entrar em vigor dentro de semanas, remessas que Moscou terá dificuldades para redirecionar para outros lugares, o que ameaça apertar ainda mais os mercados globais de energia, disse a Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório mensal divulgado nesta terça-feira, 15.

As exportações russas de petróleo bruto, inclusive para a União Europeia (UE), permaneceram praticamente inalteradas no mês passado, apesar da perspectiva de uma iminente proibição da UE às importações de petróleo bruto russo e de um plano separado para limitar os preços das vendas de petróleo bruto russo, disse a agência com sede em Paris.

As exportações russas para a UE foram de 1,5 milhão de barris por dia em outubro, dos quais 1,1 milhão de barris por dia serão interrompidos quando a proibição do bloco entrar em vigor em 5 de dezembro, disse a AIE.

Não ficou claro quanto desses suprimentos a Rússia seria capaz de redirecionar para clientes em outras partes do mundo, disse a AIE. Índia, China e Turquia compraram embarques de petróleo russo com desconto, mas a compra desses países se estabilizou nos últimos meses, disse a AIE. Enquanto isso, o volume seria muito grande para as nações restantes absorverem, disse a agência.

O alerta vem quando a AIE previu demanda adicional este ano e no próximo viria da China, à medida que o país diminui lentamente suas medidas de bloqueio contra a covid-19 – embora o crescimento da demanda global seja lento, pois as economias devem enfrentar dificuldades.

A agência elevou suas previsões de demanda global de petróleo em 2022 em 170 mil bpd, para 99,8 milhões de bpd. Para 2023, a AIE elevou suas previsões de demanda de petróleo em 130 mil bpd para 101,4 milhões de bpd.

A produção de petróleo em declínio da Rússia vai arrastar a oferta global, que crescerá a uma taxa anêmica no próximo ano, não conseguindo acompanhar a crescente demanda por petróleo.

A AIE disse que a oferta global de petróleo aumentaria para 100,7 milhões de bpd em 2023, 100 mil bpd a mais do que estava previsto no mês passado, mas ainda 700 mil bpd aquém do apetite mundial esperado por petróleo.

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