Esportes

Exposição aborda racismo no futebol e destaca Barbosa, goleiro da Copa de 50

Foto: Ciete Silvério

Está em cartaz até 21 de novembro, no Museu do Futebol, a exposição temporária Tempo de Reação – 100 anos do goleiro Barbosa. A iniciativa comemora os 150 anos da posição de goleiro e celebra os 100 anos que Moacyr Barbosa completaria em 2021. A mostra, que tem o apoio da EMS, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, também presta homenagem a diversos goleiros que fazem parte da história do futebol brasileiro.

O arqueiro teve grande sucesso nos times em que atuou, porém, sua carreira foi marcada pela derrota do Brasil para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, quando ele era goleiro da seleção. O caso ficou conhecido como Maracanazo, se transformou em um trauma coletivo e acompanhou Barbosa até o fim de sua vida.

Ao trazer este personagem e o Maracanazo para o centro do debate, a exposição propõe uma reflexão sobre as consequências deste acontecimento para a história do futebol e do próprio Barbosa sob o ponto de vista do racismo. Além do brasileiro, outros jogadores negros da seleção de 1950 foram culpabilizados após a derrota e muitos torcedores passaram a dizer que pessoas negras não serviam para ser serem goleiros.

“Como patrocinadores do Museu do Futebol, consideramos de grande relevância o debate sobre racismo motivado pela exposição. Um tema sempre atual e ainda arraigado à sociedade, que precisa ser abordado, questionado, combatido”, diz Josemara Tsuruoka, gerente de Marketing Institucional da EMS.

A curadoria da exposição foi um processo participativo que contou com mais de 50 pessoas, entre especialistas e representantes de diferentes setores do Museu do Futebol, além das lembranças e acervo pessoal da filha adotiva de Barbosa, Tereza Borba. A pesquisa, que durou seis meses, inclui entrevistas com jornalistas, goleiros e biógrafos, conteúdo do Centro de Memória do Vasco, fotos de Barbosa e áudios de entrevistas que ele concedeu ao longo da carreira.

O resultado é uma apresentação de histórias e curiosidades sobre a posição de goleiro, com depoimentos em vídeo de jogadores famosos como Zetti e Thaís Picarte. Entre os objetos expostos estão fotografias de Barbosa, luvas de Aranha e das goleiras Thaís e Monique, camisas de goleiro clássicas e um pedaço das traves utilizadas no Maracanã na Copa do Mundo de 1950, feitas de madeira e com quinas quadradas.

As experiências interativas também estão presentes, como a instalação Visão a Contracampo, em que o visitante se posiciona sob uma trave do tamanho oficial como se fosse o goleiro e vê, em uma tela de 10 metros de largura, os jogadores do time adversário cobrando pênalti e pressionando a defesa. Na Rádio Grande Área, o visitante escolhe uma das defesas memoráveis de Jefferson, Dida ou Bárbara, das seleções brasileiras, e grava uma narração em áudio, como se fosse um locutor de rádio. O material é enviado por e-mail para o visitante.

Serviço

O funcionamento do Museu do Futebol pode ser alterado em função das medidas de prevenção ao coronavírus estabelecidas pelo Governo do Estado de São Paulo. Consulte o site para informações atualizadas: www.museudofutebol.org.br

Museu do Futebol

Estádio do Pacaembu – Praça Charles Miller, s/n, São Paulo
De terça a domingo, das 11h às 18h (entrada até 17h)
Na primeira terça-feira de cada mês: 9h a 21h (entrada até 19h30)
Ingressos: www.museudofutebol.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 20,00 Inteira | R$ 10,00 Meia
Acesso exclusivamente mediante compra antecipada com horário marcado.
Crianças até 7 anos não pagam.
Entrada gratuita para todos às terças-feiras (é obrigatória a emissão antecipada de ingresso pelo site)

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