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Expositores reclamam de mudanças na Feira de Copacabana

A tradicional Feira Noturna de Copacabana, na Avenida Atlântica, principal via do bairro da zona sul do Rio, está no centro de uma polêmica entre a Secretaria Municipal de Conservação e a Associação de Expositores.

Em setembro, a prefeitura decretou a mudança do formato das barracas e a ordenação do local. Nesta terça-feira, 2, uma empresa foi contratada por R$ 6,78 milhões para, entre outros serviços, montar a feira. Essa tarefa é, até agora, feita pelos próprios feirantes ou por garotos das favelas do bairros.

Todos os dias adolescentes que moram nas comunidades Pavão-Pavãozinho e Tabajaras ajudam os feirantes. Em média, ganham R$ 50 semanais por montagem, desmontagem e armazenamento das estruturas. “Pedimos à prefeitura que aproveite esses meninos, que vão ficar desempregados. Não sabemos ainda o que acontecerá com eles”, disse o feirante Adalberto Barbosa.

A feira é tombada pela prefeitura como bem imaterial da cidade, assim como o calçadão onde as barracas são montadas. Para o secretário de Conservação, Marcus Belchior, é preciso “ordenar e harmonizar urbanisticamente” o espaço de 400 metros no canteiro central da Atlântica onde ficam 208 barracas. O local é importante ponto turístico carioca.

“A feira tem importância cultural para a cidade, mas deve ser ordenada. Alguns feirantes foram contra e apresentaram modelos maiores que não se adequaram aos padrões exigidos pela prefeitura”, afirmou Belchior.

O presidente da Associação de Expositores, Gustavo Lopes, concorda com a necessidade de ordenamento, mas reclama da secretaria. “Queremos a mudança, mas as novas barracas (1,4 metro de comprimento, 1 m de largura e 1,8 m de altura) não atendem nossas necessidades, sem espaço suficiente para expor e guardar os produtos. Os expositores estão indignados, porque os lucros vão diminuir”, afirmou.

As barracas atuais têm, em média, 2 m de comprimento e 1 m de largura com espaço para abrigar feirantes e clientes em caso de chuva.

Apesar de a feira funcionar há 30 anos das 18h à 1h, parte dos expositores começam no fim da manhã a montar as estruturas, feitas com tubulações encaixadas cobertas por lonas. A carga e descarga de material prejudicam o trânsito, segundo o secretário.

Agora, a empresa MET Logística fará transporte, montagem, desmontagem, armazenamento e seguro diário das barracas a partir das 15h. Pelo contrato firmado com a prefeitura, o custo de cada uma das 208 barracas será de R$ 44,74 por dia (R$ 279 mil mensais, pelo total das barracas).

Essa quantia, segundo o secretário, será paga por duas empresas do setor imobiliário interessadas em melhorar o aspecto da cidade. Seria a contrapartida delas pelas obras que realizam na cidade, disse Belchior, que só revelou o nome de uma, a Wtorre.

Na quarta-feira da semana passada, foi realizado um teste com as novas barracas. Cerca de 40 delas foram inundadas pela chuva. Segundo a secretaria, haverá mudanças no material e as novas barracas deverão ser entregues até o fim do mês.

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