Estadão

Exterior e minério estimulam alta do Ibovespa, que monitora risco fiscal local

O penúltimo dia de outubro sugere uma recuperação do Índice Bovespa, pelo menos por ora, em linha com as bolsas internacionais e o minério de ferro, antes de decisões sobre juros nos Estados Unidos, no Japão, na Inglaterra e no Brasil ao longo da semana. O índice Bovespa avança na casa dos 114 mil pontos nesta segunda-feira, 31, após começar o pregão no nível dos 113 mil pontos, seguindo o bom humor das bolsas internacionais.

Após cederem, as ações da Petrobras tentavam avançar, reforçando a alta do indicador da B3. Ao mesmo tempo, o dólar à vista caía aquém de R$ 4,980, enquanto os juros futuros avançavam

Os investidores aguardam a entrevista que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concederá, após a fala do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, de que será difícil o cumprimento da meta fiscal de déficit zero em 2024.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em baixa 1,29% (113.301,35 pontos), quando quase zerou a alta semanal de 0,13%. Segundo o economista Álvaro Bandeira, a situação somente começa a definir "mais para o positivo" quando o índice atingir para o nível dos 117 mil pontos. "E não pode perder a faixa dos 111 mil pontos, sob pena de buscar zona de suporte de 108 mil pontos."

Além da alta dos índices de ações norte-americanos, europeus e da maioria na Ásia, o minério de ferro subiu 2,51% em Dalian, na China, o que estimula as ações da Vale. As da Petrobras também avançam, apesar do recuo do petróleo no exterior, em meio a sinais de entendimento de que a expansão do ataque por terra de Israel na Faixa de Gaza, no fim de semana, provavelmente já estava precificada.

Ficam no radar o avanço das expectativas da inflação e da Selic no boletim Focus desta semana. Além disso, o IGP-M de outubro acelerou a 0,50%, ante 0,37% em setembro. "O processo de desinflação está se esgotando no Brasil", ressalta o Álvaro Bandeira.

As preocupações com a situação fiscal do Brasil após o presidente Lula afirmar que "dificilmente" a meta de déficit zero será cumprida em 2024 também são acompanhadas com afinco, dado que pode reduzir espaço para se pensar em aceleração do ritmo de queda da Selic. Além disso, segue no centro das atenções a possibilidade de anúncio dos novos nomes para a diretoria do Banco Central.

No mesmo dia da divulgação dos juros pelo Federal Reserve – na quarta-feira, pré-feriado no Brasil -, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve cortar a Selic de 12,75% para 12,25% ao ano.

Conforme o Rabobank, os dados econômicos recentes ainda indicariam um recuo de meio ponto porcentual do juro básico, apesar do aperto das condições financeiras globais e dos novos riscos geopolíticos. "Todas as atenções estarão voltadas para a opinião do BC sobre os dados mais recentes e as orientações futuras sobre o ritmo acelerado para a próxima reunião", cita em relatório o Rabobank.

Quanto ao Fed, espera-se manutenção do Fed Funds no intervalo de 5,25% a 5,50%, "mas o comunicado será minuciosamente analisado, buscando sinais de que o ciclo de alta de juros já terminou", observa em nota a economista-chefe do TC, Marianna Costa.

Às 10h28, o Ibovespa subia 0,80%, aos 114.204,07 pontos, na máxima, em dia no qual a mínima foi de 113.303,16 pontos (alta de 0,10%). Às 10h15, Vale subia 1,51%, com o minério de ferro, puxando o setor, enquanto Petrobras cedia 0,06% (PN) e ON subia 0,08%.

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