Após três pregões seguidos de queda, o Ibovespa sobe desde a abertura nesta terça-feira, 12. O movimento se alinha à valorização das bolsas norte-americanas e europeias. Ontem, o principal indicador da B3 encerrou com desvalorização de 0,75%, aos 126.123,56 pontos.
O dado mais aguardado desta semana, o CPI dos Estados Unidos, veio dentro do esperado na comparação mensal. O índice de preços ao consumidor norte-americano subiu 0,4% em fevereiro ante janeiro, e atingiu 3,2% ante fevereiro de 2023 (previsão: 3,1%). Já o núcleo do CPI avançou 0,4% no confronto mensal, ante expectativa de 0,3%, ficando em 3,8% na comparação anual, perdendo força ante o anterior, de janeiro (3,9%).
No geral, avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, os dados reforçam a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) iniciará o corte de juros em junho. "Quando somamos o CPI com o PCE mais o ganho médio do trabalho abaixo do esperado e o desemprego acima do previsto em fevereiro, há vários fatores deflacionários que tendem a aumentar a confiança do Fed para começar a cortar em junho", avalia.
De acordo com o analista Bruno Takeo, da Ouro Preto Investimentos, a percepção é de que o avanço da inflação americana em janeiro foi pontual, reflexo da sazonalidade. Em sua visão, os dados de hoje dos EUA reforçam a tese de junho para o Fed começar a cortar os juros. "E mesmo que o IPCA tenha vindo acima, o global tende a pesar mais", completa Takeo.
Internamente, o avanço superior ao esperado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado também corrobora as estimativas de continuidade de queda da Selic a um ritmo de meio ponto porcentual, ao menos nas próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
O IPCA subiu 0,83% em fevereiro (de 0,42% em janeiro), ante mediana de 0,78%. Em 12 meses e o indicador de difusão, contudo, arrefeceram, elevando a avaliação de que a inflação brasileira está sob controle. Neste sentido, algumas ações ligadas ao ciclo econômico sobem no Ibovespa, caso de algumas varejistas.
"Assim, apesar do headline ter surpreendido o mercado para cima, avaliamos a abertura como positiva para o Brasil, ainda que não seja nenhum game changer para a condução da política monetária", avalia em nota o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
A elevação do principal indicador da B3 ainda reflete a indicação de recuperação parcial das ações da Petrobras, que acumulam perdas de dois dígitos em março, apesar das persistentes incertezas envolvendo a estatal, sobretudo em meio a sinais de ingerência política na empresa.
Por ora, nem mesmo o recuo de 2,23% do minério de ferro em Dalian, na China, pesa nos papéis da Vale, cujo papel passa a ser negociado "ex-dividendo" a partir de hoje. Às 11h06, subiam 1,08%.
Às 11h08, o Ibovespa subia 0,64%, aos 126.936,70 pontos, ante elevação de 1,12%, na máxima aos 127.541,63 pontos, após abertura aos 126.123,88 pontos, com variação zero. Petrobras tinha elevação de 2,64% (PN) e de 2,26?(ON). Vale subia 0,74%. Ações de grandes bancos também avançavam em sua maioria.