A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal (PF) interceptaram uma aeronave de origem boliviana que ingressou clandestinamente no espaço aéreo brasileiro, nesta quarta-feira, 26. Após constatada a presença ilegal próxima de Porto Velho (RO), a FAB iniciou o processo de interceptação da aeronave, que desobedeceu às ordens da Força e fugiu.
Procurada pelo <b>Estadão</b>, a embaixada da Bolívia no Brasil ainda não se pronunciou. "As ações foram adotadas por se tratar de um tráfego ilícito, que se mostrou não colaborativo e desobedeceu a todas as orientações feitas pela defesa aeroespacial brasileira, vindo a se evadir e ingressar no espaço aéreo da Bolívia, onde as ações foram interrompidas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE)", disse a FAB em comunicado.
A aeronave boliviana, do modelo Cessna 401A, foi detectada por radares da FAB após ações de inteligência da PF. Dois caças A-29 Super Tucano, de defesa aérea, foram usados para tentar interceptar o invasor. A força afirma que os procedimentos de defesa do espaço aéreo seguiram leis e protocolos padrões.
O voo sem autorização ocorre um dia após uma tentativa de golpe na Bolívia, quando tanques do Exército boliviano cercaram por algumas horas a Praça Murillo, sede do governo local, e tentaram invadir o prédio. O chefe do Exército, Juan José Zúñiga, líder da intentona contra o presidente Luis Arce, foi preso e a cúpula militar do país, trocada.
A ação de interceptação fez parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), que visa reforçar a segurança e coibir ilícitos nas fronteiras brasileiras.