Executivo do Facebook anunciaram nesta quinta-feira, 29, em conferência com jornalistas nos Estados Unidos, o plano da rede social para combater tentativas de interferência durante eleições em 2018. Segundo os executivos, que lideram as equipes de produto, segurança e publicidade, a empresa está tomando uma série de medidas para impedir que pessoas mal-intencionadas, com motivações financeiras, consigam influenciar o voto dos eleitores por meio da disseminação de publicidade e notícias falsas dentro da rede social.
O diretor global de segurança do Facebook, Alex Stamos, afirmou que o Facebook está trabalhando com especialistas externos à rede social para identificar ameaças em cada país. “Em cada país operamos, estamos trabalhando em diferentes conjuntos de técnicas para lidar com aquela determinada audiência”, escreveu o executivo, no blog oficial. “Estamos estudando as próximas eleições e trabalhando com especialistas para identificar riscos em cada país. Esse processo está nos ajudando a construir e treinar times para entender a linguagem local e as características culturais.”
A segunda parte do esforço está em identificar contas falsas, usadas para disseminar notícias falsas e ataques contra pessoas. De acordo com Samidh Chakrabarti, diretor de produto que está focado na segurança de eleições, afirmou que o Facebook tem excluído “milhares” de contas falsas criadas na rede social todos os dias. “Nós estamos sendo capazes de fazer isso graças a avanços em aprendizado de máquina, o que tem nos ajudado a achar contas com comportamentos suspeitos”, afirmou o executivo durante a conferência, de acordo com o site de tecnologia The Verge.
O executivo contou que, recentemente, a rede social identificou que um grupo da Macedônia estava tentando influenciar a votação para senador no Estado americano do Alabama. Por meio das novas ferramentas, a rede social conseguiu remover as contas falsas que estavam sendo usadas neste caso.
Tornar os anúncios mais transparentes também é parte do plano. A rede social está testando e pretende liberar para todos os usuários ainda em 2018 uma forma de ver todos os anúncios ativos no site. Os anunciantes terão de mostrar, dessa forma, quais candidatos eles estão financiando. “Nós vamos mostrar esses anúncios por quatro anos depois que a campanha eleitoral terminar”, disse o diretor de gerenciamento de produto para anúncios do Facebook, Rob Leathern. “Dessa forma, pesquisadores, jornalistas, reguladores e pessoas comuns que estão curiosas poderão ver todos os anúncios num único lugar.”
A última parte do plano é conter a disseminação de notícias falsas. Para isso, o Facebook vai usar suas parcerias com empresas de checagem de dados. Segundo a rede social, a partir da próxima semana, essas empresas poderão checar não somente links para notícias compartilhados no site, como também fotos e vídeos. De acordo com o Facebook, os conteúdos marcados como falsos pelas agências de checagem serão exibidos 80% menos do que os outros, de acordo com os testes que o Facebook está fazendo.
A rede social afirmou que vai dobrar o número de funcionários dedicados a impedir tentativas de interferência e manipulação na rede social, de 10 mil para 20 mil, ao longo de 2018.