O Facebook usa ao menos 11 aplicativos populares para coletar dados sensíveis como frequência cardíaca e ciclo menstrual de pessoas, mesmo que estes não sejam usuários da rede social. As informações são do jornal americano The Wall Street Journal, que apontam o caso como um novo um escândalo de privacidade envolvendo a empresa.
De acordo com a reportagem, o Facebook usava um software especial em aplicativos de terceiros. A tecnologia incluía uma ferramenta de análise de dados feita pela empresa de Mark Zuckerberg que permitia aos desenvolvedores ver as atividades de um usuário, para então, segmentar anúncios para as pessoas na rede social. Ainda conforme o jornal, as informações eram registradas até mesmo quando usuários optavam por não fazer login no aplicativo parceiro via Facebook.
Entre os aplicativos que repassavam as informações estavam o Instant Heart Rate, que informava a rede social sobre a frequência cardíaca dos usuários, o Flo Period & Ovulation Tracker, que registrava ciclos menstruais, e o Realtor.com, que repassava ao Facebook listas de imóveis visualizadas.
Em um comunicado, o Facebook disse que o compartilhamento de informações entre aplicativos “é uma prática padrão do setor”, mas garante que, ao detectar que a coleta de dados fere os termos comerciais da rede social, a empresa exclui as informações.
“Exigimos que os desenvolvedores de apps sejam claros com seus usuários sobre as informações que estão compartilhando conosco e proibimos os aplicativos de nos enviar dados confidenciais”, disse a rede social.
Alguns as informações compartilhadas, porém, violam os termos comerciais do Facebook, que proíbe desenvolvedores de enviar “informações financeiras, de saúde ou outras categorias confidenciais”. O Facebook justifica que a coleta de dados aplicativos é necessária porque ajuda a rede social a melhorar as experiências de anúncios tanto para usuários quanto para anunciantes.
A descoberta é mais um capítulo na história de escândalos de privacidade envolvendo o Facebook. Esta semana, Zuckerberg disse que a empresa “inovou” no assunto e citou como exemplo o uso de criptografia no WhatsApp, Messenger e Instagram. A declaração foi criticada por especialistas e órgãos regulatórios.