Os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não irão ao encontro organizado pelo presidente Jair Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros no Brasil, previsto para segunda-feira, dia 18. No encontro, o presidente da República apresentará aos estrangeiros a tese nunca comprovada de fraude nas urnas eletrônicas.
Em ofício enviado ao Palácio do Planalto, o presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, disse que o "dever de imparcialidade" o impede de ir à reunião. Já o presidente do STF, Luiz Fux, estará fora de Brasília e só retorna à capital na terça-feira.
Além de Fux e Fachin, Bolsonaro também convidou para o encontro com os dignitários estrangeiros o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Emmanoel Pereira; e a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes – este último é um órgão de assessoria do Congresso e não faz parte do Poder Judiciário. Só Pereira confirmou presença.
"Incumbiu-me o Senhor Presidente do Tribunal Superior Eleitoral de agradecer ao honroso convite, mas, na condição de quem preside o Tribunal que julga a legalidade das ações dos pré-candidatos ou candidatos durante o pleito deste ano, o dever de imparcialidade o impede de comparecer a eventos por eles organizados", diz o ofício do TSE, assinado pela chefe do Cerimonial do tribunal, Fernanda Jannuzzi.
A reunião de Bolsonaro com os embaixadores é uma resposta a um evento realizado em maio deste ano pelo TSE para apresentar aos embaixadores estrangeiros o funcionamento do sistema eletrônico de votação adotado no Brasil.
Em uma transmissão pela internet no dia 7 de junho, Bolsonaro disse que marcou um encontro com "50 embaixadores" para discutir o assunto. "Vamos mostrar 2014 e eleições de 2018, onde eu ganhei no primeiro turno. Agora eu falo isso, não é da boca para fora, é comprovado", disse ele.
Procurado, o Palácio do Planalto não informou a relação de convidados que confirmaram presença.