O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, intensificou encontros com autoridades estrangeiras, no último mês, para firmar parcerias, expor o processo preparatório para a eleição deste ano e pregar a segurança na votação. Uma das apostas da Corte para fazer frente a eventuais contestações ao resultado das eleições é ter o apoio da comunidade internacional.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem procurado veículos de informação conservadores e aliados no exterior para desacreditar as urnas eletrônicas. O assunto também dominou a reunião ministerial convocada pelo presidente, na terça-feira, 5. No encontro, tanto Bolsonaro como o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, criticaram o TSE e disseram ser preciso fazer uma auditoria da votação, lançando novas suspeitas sobre as urnas.
Ao participar da formatura de paraquedistas no Rio, ontem, Bolsonaro disse que os militares devem estar prontos para a missão de defender a Pátria e, mesmo sem citar as eleições, não deixou dúvidas sobre a que se referia. "Vocês (militares) são os guardiões da nossa Constituição", afirmou o presidente. "Estamos prontos para defender a nossa Pátria contra os que querem nos arrastar para o obscurantismo", disse o presidente.
<b>Acordos</b>
Na última terça-feira, Fachin deu início a uma agenda de compromissos nos Estados Unidos. A primeira reunião foi com a ministra Maria Thereza Diniz Foster, que atua como cônsul-geral adjunta da Embaixada Brasileira em Washington.
O ministro se encontrou no mesmo dia com autoridades de alto escalão na Organização dos Estados Americanos (OEA), como o secretário-geral, Luis Almagro, o secretário para o Fortalecimento da Democracia, Francisco Guerreiro, e o representante permanente do Brasil na entidade, embaixador Otávio Brandeli.
A OEA foi uma das entidades a firmar acordo com o a Justiça Eleitoral brasileira para enviar missões de observação para a votação de outubro. Outro parceiro do tribunal será o Parlamento do Mercosul. No dia 29 de junho, Fachin esteve com dois diretores do Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos (IPPDH) do organismo sul-americano.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>