Estadão

Fagioli ganha apoio da Juventus após admitir vício em apostas e tem contrato ampliado até 2028

Suspenso por sete meses por violar as regras de apostas esportivas da Itália, o meio-campista Nicolo Fagioli, de 22 anos, teve o seu contrato com a Juventus renovado por mais duas temporadas nesta terça-feira. Depois que o caso veio à tona, o clube adotou um discurso de acolhimento e se comprometeu a educar o atleta sobre o assunto, por isso não hesitou em ceder a ele um novo vínculo válido até junho de 2028. O compromisso anterior terminava em 2026.

Fagioli, considerado um dos melhores jovens meio-campistas do futebol italiano, admitiu ser viciado em apostas após o seu nome ser listado em uma investigação contra plataformas ilegais de apostas na Itália. O meia-atacante Nicolo Zaniolo, do Aston Villa, e o volante Sandro Tonali, do Newcastle, citado por Fagioli em seu depoimento, também estão na lista. Zaniolo e Tonali estavam com a seleção italiana, em preparação para as partidas das Eliminatórias da Eurocopa disputadas na Data Fifa de outubro, quando foram convocados a prestar depoimento e acabaram afastados da equipe.

O meia de 22 anos fez acordos com o Ministério Público italiano e com a federação de futebol do país, por isso conseguiu reduzir uma pena que poderia ser de três anos para sete meses. Além de cooperar com as autoridades, ele foi introduzido a um programa de reabilitação para tratar o vício. Antes do caso tornar-se público, contudo, já vinha tratando o problema em sessões de terapia. A Juventus prometeu apoio total e garantiu suporte ao atleta durante o período, postura reforçada pelo diretor esportivo Cristiano Guintoli ao comentar a renovação de contrato nesta terça.

"Confirmamos o que já havíamos comunicado há algumas semanas: apoiamos Nicolo Fagioli no seu percurso terapêutico e formativo, e queremos dar-lhe todo o apoio de que necessitará nos próximos meses. A renovação do seu contrato está precisamente alinhada a isso, mas não só: Nicolo é um jogador muito importante para nós, a sua qualidade técnica e a sua inteligência tática são conhecidas de todos, e estamos convencidos de que o seu regresso a campo será para uma mais-valia de primordial importância. Então, Fagioli deve saber, e sabe, que pode continuar trabalhando aqui, treinando todos os dias com a equipe, com a serenidade necessária. E ele também sabe que contamos com ele e esperamos por ele".

Durante o desenrolar do caso, houve uma mobilização do presidente da Federação Italiana de Futebol, Gabriele Gravina, a favor de medidas educativas no lugar do banimento ou outros tipos de punições mais severas. "Nossos filhos devem ser sancionados, mas não abandonados", defendeu o dirigente.

Documentos divulgados pelo jornal italiano "Gazzetta Dello Sport" revelaram trechos do depoimento de Fagioli, que afirmou ter feito dívidas com sites de apostas, causa de ameaças à sua integridade física. "Disseram-me: ou você paga, ou vamos quebrar as suas pernas ", relatou o jogador, que também disse ter sido introduzido ao mundo das apostas por Tonali.

"Foi o Tonali quem me disse para apostar num site ilegal. Aposto em tudo, até na Torino, Milan… mas nunca apostei na Juve", afirmou o meio-campista, antes de revelar ter pedido ajuda a companheiros de time para pagar suas dívidas. "Pedi 40 mil euros emprestados ao Gatti. Disse que precisava comprar um relógio e que a minha mãe tinha bloqueado minhas contas. O Dragusin me emprestou 40 mil em outubro de 2022."

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