Dunga constatou depois do jogo com o Equador, na noite de sábado, que a seleção brasileira precisa concluir mais contra o gol adversário – teve apenas três oportunidades claras no empate por 0 a 0. Mesmo porque um placar elástico contra o Haiti, nesta quarta-feira, pode ser fundamental para obter o primeiro lugar no Grupo B da Copa América Centenário, nos Estados Unidos. O problema é que fazer gol não tem sido o forte dos atuais homens de frente da equipe. Tanto que, dos jogadores que estão na competição, o artilheiro sob o comando do treinador é um meia, Willian (4 gols), cuja função é mais servir do que concluir.
Atual centroavante titular de Dunga, Jonas fez um gol nas três vezes em que jogou este ano – contra o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, entrou durante o jogo -, no amistoso contra o Panamá, há nove dias. Na partida oficial contra o Equador, praticamente não acionado, passou despercebido enquanto esteve em campo.
O santista Gabriel começou bem. Em poucos minutos em casa na estreia na seleção principal, contra os panamenhos, deixou a sua marca. Mas Dunga ainda não parece querer aproveitá-lo como titular. Pode mudar de ideia nos treinos, porque ele também sabe jogar mais próximo da área, se preciso.
Hulk fez dois gols nas cinco vezes em que foi aproveitado pelo treinador, ambos em amistosos, e Lucas Moura ainda não marcou. A convocação do atacante do Paris Saint-Germain para preencher a vaga do cortado Rafinha Alcântara, aliás, é uma tentativa de ter um grupo mais ofensivo na Copa América.
Ele também busca essa ofensividade a partir de outros setores do campo, como a lateral-direita com os avanços de Daniel Alves e o meio-campo. Colocou um volante que tem bom passe, Casemiro, e pede a Elias e Renato Augusto que cheguem à frente sempre que possível. “Temos de tentar mais chutes de média e de longa distância”, entende. “Mas isso depende muito das característica dos jogadores.”
MÉDIA ENGANOSA – Na Copa América, o treinador não conta com Neymar, autor de 11 dos 44 gols em 24 jogos que o Brasil marcou desde que Dunga reassumiu (média de 1,83 por jogo). A média, que parece ser boa, fica comprometida quando a seleção pega adversários mais fortes.
Nesses casos, apenas uma vez a seleção fez mais de dois gols – 3 a 1 sobre a França, em amistoso no início de 2015. Fora disso, goleadas só contra times fracos em amistosos (4 a 0 sobre Japão e Turquia e 4 a 1 sobre os Estados Unidos) e também em partidas oficiais (3 a 0 sobre Venezuela e Peru pelas Eliminatórias).
Na Copa América do Chile, no ano passado, a seleção fez apenas 5 gols em quatro jogos e, na partida contra o rival mais forte, a Colômbia, perdeu por 1 a 0 e quase não ameaçou o gol do rival. Nas Eliminatórias, dos principais adversários, perdeu do Chile (1 a 0) e empatou com Argentina (1 a 1), Uruguai e Paraguai (2 a 2), sempre criando pouco perigo.