Estadão

Falta de insumo é 1º problema para indústria de transformação de pequeno porte

A falta ou o alto custo de matéria-prima não é mais o principal problema para as indústrias extrativa e de construção de pequeno porte. No terceiro trimestre de 2022, esse problema passou a ocupar o segundo e quarto lugares, respectivamente. O dado consta do Panorama da Pequena Indústria, relativo ao terceiro trimestre do ano, divulgado nesta segunda-feira, 7, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a indústria de transformação, no entanto, o problema ainda permaneceu no primeiro lugar do ranking, recebendo 40,5% das indicações dos empresários da indústria de pequeno porte. Apesar disso, houve redução nas assinalações no segmento entre o segundo e terceiros trimestres, de 11,3 pontos porcentuais.

A alta carga tributária segue no rol dos principais problemas para todos os setores, ocupando a segunda posição para a indústria da transformação (34,8% das assinalações) e para a construção (28,7%). O problema ganhou relevância para a indústria extrativa, ficando em primeiro lugar nos entraves relacionados, com 30,8%, um aumento de 5,3 pontos porcentuais em relação ao segundo trimestre.

A questão da demanda interna insuficiente manteve-se nas primeiras posições dos problemas relacionados tanto para a indústria extrativa (21,2%), no terceiro lugar, quanto para indústria de transformação (21,7%), no quarto lugar.

No caso da indústria da construção, as taxas de juros elevadas ganharam relevância, com alta de 5,7 pontos porcentuais entre as indicações dos empresários, alcançando o primeiro lugar no ranking dos entraves para o setor com 31,0%. Esse problema também foi considerado importante para a indústria de transformação, ocupando o terceiro lugar entre os entraves mais assinalados (22,7%).

<b>Desempenho</b>

De acordo com o levantamento, a melhora relacionada à falta ou alto custo de matéria-prima impactou o desempenho e as condições financeiras das empresas. O Índice de Desempenho das indústrias de pequeno porte foi de 48,8 pontos em setembro. No terceiro trimestre, o indicador foi de 49,0 pontos. "O resultado pode ser considerado positivo, pois supera a média histórica para o trimestre (45,3 pontos). O resultado também supera a média do terceiro trimestre de 2021 (47,4 pontos)", destaca a CNI.

Com relação ao Índice de Situação Financeira das pequenas indústrias, ele alcançou 43,7 pontos no terceiro trimestre de 2022, o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2013, com alta de 2,5 pontos em relação ao segundo trimestre do ano. "A melhora da situação financeira está relacionada ao aumento dos indicadores de satisfação com o lucro operacional, de satisfação com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito no período analisado."

Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da pequena indústria foi de 58,7 pontos em outubro, queda de 3,2 pontos em relação a setembro. Nos últimos 12 meses, o indicador oscilou em patamar elevado, entre 55,7 pontos e 61,9 pontos.

<b>Perspectivas</b>

O levantamento da CNI traz também o Índice de Perspectivas da pequena indústria, que alcançou 50,8 pontos em outubro, uma queda de 2,0 pontos em relação ao mês anterior, apesar de o indicador vir apresentando variação em patamar elevado. "Apesar da recente queda, as perspectivas seguem em patamar positivo. O indicador manteve-se acima da média histórica de 46,8 pontos e acima da linha divisória dos 50 pontos ao longo de todo o trimestre", destaca da entidade.

O Panorama da Pequena Indústria (PPI) é publicado trimestralmente. O período de coleta desta edição foi de 1º a 11 de outubro de 2022.

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