A greve de cerca de 2.900 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do campus Pimentas, está levantando questões que ultrapassam os limites das salas de aula. Uma delas é a especulação imobiliária que vem sofrendo o bairro onde está instalada a universidade devido a falta de moradias estudantis. A questão foi debatida na tarde da última quarta-feira quando cerca de mil estudantes fizeram assembléia para pontuar os malefícios que a falta de estrutura da Unifesp em Guarulhos está causando aos moradores da região. "Os aluguéis na região aumentaram porque existe muita procura grande dos estudantes em morar próximo a faculdade. E isso acaba que dificultando a locação desses imóveis", disse um dos estudantes.
Outra questão que vem sido debatida pelos estudantes é o transporte público para que os estudantes, grande maioria que mora em São Paulo, precisam pegar para chegar ao campus da universidade. "Não existe transporte suficiente. Muita gente que mora no bairro trabalha em São Paulo também e pegam os mesmos ônibus que os estudantes. Isso vem gerando superlotação e afetando moradores e alunos", disse Juliana Ribeiro, da comissão de comando de greve. "O fato da especulação imobiliária também é real e a causa é a falta de moradia univesitária na região", completou.
A Unifesp informou que a instituição por intermédio de sua Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e da Diretoria Acadêmica do Campus disse estar negociando com os governos locais a identificação de terrenos para a construção das moradias.
Segundo a universidade, o campus Guarulhos paga mensalmente 600 auxílios permanência para sua população estudantil que é de 2900 alunos e disponibiliza cinco ônibus gratuitos, que partem ida e volta da estação Itaquera do metrô, até o Campus. Um novo ônibus, cedido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis entrará em circulação.
