O número de reclamações por aumentos abusivos nos contratos de planos de saúde explodiu neste começo de ano e o Procon-SP se viu obrigado a questionar a Agência Nacional de Saúde na Justiça. Segundo matéria publicada no jornal “Folha de S. Paulo”, houve casos de operadoras que reajustaram em 228% o valor na renovação do contrato.
Nesta terça-feira, 30/03, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacom), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, propôs que a ANS voltasse a suspender o reajuste de planos de saúde, como já havia feito em 2020, em razão do agravamento da pandemia de Covid-19.Em fevereiro, a Defensoria Pública da União já havia recomendado a suspensão também em 2021.
Segundo o head de Benefícios da Corporate Health, Matteo Ritacco, a suspensão do ano passado realmente foi a principal razão do aumento excessivo a partir de janeiro deste ano. No entanto, de acordo com especialista em gestão de planos de saúde corporativos da empresa do Grupo Ritacco, por mais que o reajuste seja justificado, os consumidores se sentiram incomodados pela falta de clareza no processo.
“O Procon-SP recebeu apenas nove reclamações relacionadas às operadoras de planos de saúde em janeiro do ano passado. No mesmo mês de 2021, este número subiu para 962. Os clientes querem entender o destino dos recursos aplicados por eles e o porquê de um reajuste tão elevado agora”, pontuou Matteo.
O executivo afirmou que é possível evitar aumentos tão exagerados, mesmo em época tão atípica como uma pandemia. Na Corporate Health, os contratos corporativos entre operadoras de planos de saúde e empresas com mais de 100 beneficiários é intermediado pela corretora por meio de ferramentas tecnológicas e um modelo assistencial na área da saúde que permitem a realização de um mapeamento detalhado e assertivo, pelo qual o cliente consegue saber exatamente como os recursos destinados à saúde de seus funcionários foram investidos.
“Um colaborador da empresa contratante, por exemplo, pode iniciar um tratamento médico de alto custo e se tornar um outlier, ou seja, um beneficiário que gera gastos maiores do que os previstos em contrato. Por meio da gestão transparente da Corporate Health, que interliga bancos de dados e audita as contas médicas da empresa, nós identificamos precocemente este tipo de situação, impedindo que o cliente seja surpreendido com um reajuste muito acima do esperado na hora de pagar a mensalidade”, explicou Matteo.
Ainda de acordo com o especialista, o sistema de gestão de saúde da corretora incentiva conversas entre seus médicos e profissionais da operadora, o que pode possibilitar um tratamento mais eficaz ao beneficiário e menos oneroso à empresa. “Quando o consumidor tem uma corretora ao seu lado, que oferece todas as informações e tem expertise na operação, a negociação é facilitada e o reajuste tende a ser menor do que o praticado no mercado”, completou.
Gestores aprovam o sistema
Há relatos de gestores de recursos humanos atendidos pela Corporate Health que renovaram os contratos de planos de saúde dos colaboradores sem qualquer reajuste. “Este foi o primeiro ano em que não tivemos reajuste. O trabalho da corretora foi minucioso em apontar a sinistralidade controlada e negociar na operadora pela isenção”, explicou a responsável pelo RH da empresa Forseti, Michelle Valentim.
Vice-reitor do Centro Universitário Eniac, Pedro Guérios afirma que, desde que iniciou o trabalho de gestão de saúde com a Corporate Health, em 2017, os reajustes foram sempre abaixo da média de mercado. “De lá para cá nossos reajustes foram menores e a visibilidade do sinistro é total. A gente sabe o que vai acontecer antes da renegociação do contrato”, afirmou.