A Defensoria Pública do Rio de Janeiro protocolou nesta segunda-feira, 6, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), petição com a manifestação da família de Marielle Franco e Anderson Gomes, em que é requerida a manutenção das investigações com o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
O documento é uma resposta ao pedido de federalização feito pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge no fim de seu mandato, em setembro de 2019.
A Defensoria afirma, por meio de nota, que sustentou "a permanência das investigações na esfera estadual em razão da participação da família e do controle externo da apuração do caso já realizado pelo Ministério Público do Rio (MPRJ)".
Segundo o órgão, "nenhuma esfera está totalmente isenta a interferências".
<b>Denúncia e despedida</b>
A ex-procuradora-geral da República alegou, ao anunciar o pedido de federalização, que há "ineficiência" na apuração pela esfera estadual.
Além disso, no dia 17, data do fim de seu mandato, também anunciou que solicitou a investigação do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio Domingos Brazão como suspeito de ser mandante e o denunciou à Justiça por obstrução.
Marielle foi executada em março de 2018. Se aceito o pedido, será aberto um novo inquérito sobre Brazão. Caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir se o caso será deslocado.
Segundo a denúncia, Brazão se aliou a um dos funcionários de seu gabinete – Gilberto Ribeiro da Costa -, ao PM Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, à advogada Camila Nogueira e ao delegado da Polícia Federal Hélio Khristian.
O objetivo seria fazer as investigações em âmbito estadual "passarem longe dos reais autores do crime".