O menor M.B.S, 17 anos, suspeito pelo desaparecimento da adolescente Bruna Tadim de Souza, 16, teria se utilizado da mesma estratégia, a de falsa oferta de emprego, para atrair outra jovem, que foi violentada no último dia 7 de dezembro.
Bruna teria sumido no dia 29 de dezembro na região do Parque Cecap. Ela saiu de casa para um encontro com M.B.S por volta das 21h30. Segundo a família dela, ele fez uma suposta oferta de trabalho em uma grande rede de segmento de cosméticos. O menor era conhecido de Bruna e foi seu colega de classe na oitava série do Ensino Fundamental. A adolescente mantinha contato com suspeito por meio do site de relacionamento Orkut e pelo programa de mensagens instantâneas on-line MSN.
Suspeito – M.B.S mora em um condomínio no Parque Cecap e teria afirmado à Bruna que sua tia, vendedora na rede de cosméticos, poderia ajudá-la na busca por um emprego. Após o último telefonema ao namorado, Lucas, 22, às 21h20, a família não mais conseguiu estabelecer contato com a jovem.
A história seria a mesma vivida pela adolescente K.B, 16, violentada no dia 6 de dezembro, caso no qual M.B.S. também é suspeito. O rapaz chegou a ser detido por dois dias para investigação. A menina também recebeu a oferta de emprego do menor, que seria facilitada pela suposta tia vendedora da rede de cosméticos. No entanto, como comenta o pai da vítima, ao chegar ao local combinado, a garota foi forçada a entrar em um matagal com o rapaz, onde foi obrigada a usar drogas e sofreu agressões físicas e sexuais. A vítima está sob acompanhamento médico e passa bem.
O namorado de Bruna conta que policiais informaram que M.B.S. teria ainda outras acusações, entre as quais uma tentativa de homicídio e uma suposta invasão. A irmã da adolescente ressalta que o menor tinha "má fama" desde os 14 anos. "Na escola, ele era chamado de "Jack estuprador", pois assediava meninas", afirma. Ela diz ainda que há boatos de que o rapaz assediava crianças na região do Cecap.
Após sete dias do desaparecimento de Bruna, familiares e amigos seguem sem informações do paradeiro da jovem. A mãe, Celma, 35, mencionou que a filha é sempre prudente em avisá-la dos lugares em que ia. Além disso, Celma ressalta que Bruna, que concluiu o segundo ano do Ensino Médio em 2010 e comentava interesse na carreira no Corpo de Bombeiros ou na Polícia Civil, falava da oferta de emprego há cerca de uma semana.
"Investigação é lenta", reclama mãe da jovem
Para a família, que registrou Boletim de Ocorrência de desaparecimento no 3º Distrito Policial na última quinta-feira, a ação da polícia tem sido lenta. "Registramos o caso no dia 30 e nos dias 31, 1 e 2 nenhuma investigação foi realizada, somente na segunda -feira nos telefonaram". A família ainda frisa o fato de M.B.S. estar em liberdade. "Não fizeram exames de corpo de delito e ele nem foi detido, sendo que há fortes suspeitas sobre ele", diz a mãe.
Na última segunda-feira amigos e familiares efetuaram uma busca em um matagal na região do Parque Cecap, após uma denuncia anônima, e se queixaram da polícia. "No momento em que todos estavam procurando por Bruna, os PMs ficaram do lado de fora e nem se moveram para entrar no mato e procurar, sendo que é o trabalho deles", disse Lucas.
No local, de acordo com a família, foram encontradas diversas peças de roupas femininas ainda em bom estado, além de materiais pornográficos e cordas.
Na tarde de ontem, uma equipe do Corpo de Bombeiros efetuava buscas em outro matagal no Parque Cecap, onde também foram encontradas peças de roupas de mulher. Nenhuma pertence à Bruna. As investigações estão sendo conduzida por investigadores da Seccional de Guarulhos.