Cidades

Famílias de circo que chegou dias antes da quarentena sobrevive de doações no Cocaia

Quase 30 pessoas – 15 crianças – dependem da ajuda da população da cidade. Saiba como doar

O picadeiro vazio revela as dificuldades das sete famílias que compõem a trupe do Circo Top, montado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no Cocaia. Ao todo, 14 adultos e 15 crianças estão acampadas no local e contam com a solidariedade da população para sobreviver, já que não é mais possível arrecadar com bilheteria, fechada por conta do isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus.

O GuarulhosWeb esteve no local nesta sexta-feira, 24/04. Os artistas chegaram à cidade poucos dias antes da determinação da quarentena e realizaram três apresentações até o fechamento. “Nós fizemos as apresentações e, logo na sequência, precisamos fechar. Como tivemos contato com o público, ficamos preocupados e só conseguimos nos tranquilizar 14 dias depois, quando ninguém apresentou nenhum sintoma”, explicou Semada Regina Lacerda Portugal Mello, conhecida como Sema.

O grupo decidiu baixar a lona e aguardar as determinações da Prefeitura. Mas, percebendo que o retorno não seria breve, decidiram montar a estrutura novamente e fazer lives. As transmissões acontecem todos os domingos, às 18h.

Doações

“Nós estamos em um local onde não conhecemos ninguém, não sabíamos para quem pedir ajuda”, disse Sema. Foi através de uma campanha inicial feita por professoras do bairro que as doações começaram a chegar. “No começo poucas pessoas nos procuravam. Mas a campanha viralizou, a população de Guarulhos e das cidades vizinhas conheceram a nossa história e vieram nos ajudar”, contou.

Nesta sexta, muitas doações seriam separadas e distribuídas. O grupo contou que é possível dividir com as famílias do Circo Top e de outros circos, que também solicitam ajuda. “Meus avós e meus pais eram circenses. Eles contavam muitas histórias de problemas vividos por artistas, até guerra, mas nada se compara ao que estamos vivendo”, lembrou Luiz Antônio Portugal, de 62 anos, que nasceu no circo.

O grupo acredita que seja necessário um apoio do governo para os artistas do circo. “A temporada boa para o circo começaria justamente em março. Nós sabemos que quando a pandemia acabar, o dinheiro para o lazer também vai ficar difícil e precisamos de um apoio até que tudo se resolva”, completou Sema.

Saiba como ajudar

Para assistir às lives da trupe, acesse a página https://www.facebook.com/circotopoficial. Quem quiser ajudar com doações pode entrar em contato com a Sema, no telefone (15) 98179-4554. Há, ainda, a possibilidade de doar em dinheiro, na seguinte conta:

Caixa Econômica Federal

Agência 2870

Conta Poupança 16000-6

Jose Renato Mello Filho

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