As 27 famílias vítimas desabrigadas pelo incêndio que queimou parte da favela Hatsuta na tarde da última terça-feira, serão transferidas hoje para o Thomeozão até que a Prefeitura se posicione sobre o futuro delas. Logo após o incêndio que atingiu 52 dos 130 barracos localizados na parte externa da favela, a Defesa Civil direcionou as famílias para o Clube do Cecap, onde estão abrigadas. Famílias de outros dois barracos, na parte interna da favela, também tiveram de deixar o local, pois corriam risco do muro que delimita as duas partes cair sobre eles.
Conforme a Defesa Civil, a opção momentânea da transferência para o Thomeozão foi tomada porque o ginásio tem uma infra-estrutura melhor que o Cecap, pois é mais arejado, possui vestiários onde as pessoas poderão realizar a higiene pessoal, além de salas queservirão de abrigo.
A reportagem do HOJE foi até o Cecap na tarde de ontem e verificou cerca de 20 agentes da Defesa Civil dando suporte aos desabrigados, além de recreadores da ONG Casa de Convivência Nossa Senhora Rainha da Paz, bem como voluntários da Paróquia São Roque. No entanto, muitas pessoas reclamaram da dificuldade em conseguir sabonete para tomar banho, fraldas para as crianças e o fato de não ter água potável a disposição, apenas água encanada.
Moradores ouvidos pela reportagem disseram também que o calor no local é grande, e algumas famílias foram para casas de parentes até que uma definição da Prefeitura sobre o futuro delas seja tomada. Cerca de 800 marmitex foram distribuídos pelo Fundo Social de Solidariedade do município para os atingidos do incêndio e também as pessoas da parte interna da Hatsuta, uma vez que a energia elétrica e o abastecimento de água só foram regularizados após 20 horas após o ocorrido.
Reunião no Paço Municipal deve decidir futuro da favela
Uma reunião nesta quinta-feira, às 15h, no Paço Municipal, deve marcar o destino das famílias atingidas pelo incêndio na Hatsuta bem como dos outros moradores da favela. Três pontos estarão na pauta da reunião: se as famílias vítimas do fogo irão receber auxílio moradia ou serão enviadas para abrigos, a retirada das pessoas que ainda estão nos barracos à beira da avenida Tancredo Neves (que já existe ordem de desocupação) e, por último, a situação dos moradores da parte interna da favela.
Na tarde de ontem uma comissão de moradores, juntamente com a vereadora Luiza Cordeiro (PcdoB), foram até o Paço Municipal tentar falar com o prefeito Sebastião Almeida, mas o chefe do executivo não foi encontrado.
O diretor da Defesa Civil, Paulo Victor Novaes, foi designado pelo município para tomar a frente de todas atribuições necessárias em relação as necessidades dos desalojados.
Mais de 140 toneladas de entulhos foram retiradas
Durante toda a quarta-feira, caminhões da Proguaru e Quitaúna entraram e saíram da área afetada pelo incêndio da favela do Hatsuta carregados de entulhos consumidos pelas chamas.
Até as 15h de ontem, 14 caminhões com 10 toneladas de entulho cada um retiraram o que sobrou do incêndio que consumiu quase que a metade da parte externa da comunidade.
Segundo informações apuradas pelo HOJE, a quantidade poderia chegar a 200 toneladas até o fim dos trabalhos de rescaldo. O material foi descartado, emergencialmente, segundo funcionários da empresa, no aterro sanitário do Cabuçu.