O total de dívidas de famílias nos Estados Unidos cresceu em US$ 1,02 trilhão no último ano, informou o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York nesta terça-feira. Este foi o maior volume anual de novas dívidas desde a crise financeira, quando houve um salto de US$ 1,06 trilhão em 2007. A dívida total de consumidores americanos agora está em US$ 15,6 trilhões, contra US$ 14,6 trilhões um ano antes.
O aumento se deu principalmente em função de uma alta acentuada nos preços para habitação e carros. O custo médio para uma casa nos EUA subiu quase 20% em 2021, aumentando os saldos das hipotecas e pressionando muitos compradores de classe média. O aumento dos preços de carros novos e usados levou os empréstimos para automóveis a um recorde de US$ 734 bilhões.
No entanto, a alta dos empréstimos ao consumidor não é motivo de alarme, disseram economistas do Fed de Nova York. A riqueza aumentou nas famílias de todos os níveis de renda durante a pandemia, de acordo com a distrital do banco central americano, embora grande parte dos ganhos tenha sido acumulada pelos americanos mais ricos. Os níveis de inadimplência nos empréstimos ao consumidor ainda estão pairando em torno de mínimas históricas.
Além disso, cerca de 87% da nova dívida está vinculada a casas que podem se valorizar com o tempo, permitindo que os mutuários construam riqueza. Os compradores de casas de hoje também estão em melhor forma financeira. Os tomadores de empréstimos <i>subprime</i>, como são chamados os considerados de maior risco para os credores, corresponderam a apenas 2% da dívida hipotecária originada no quarto trimestre de 2021, abaixo da média de 12% nos anos anteriores à crise financeira.
Os americanos adicionaram US$ 52 bilhões aos saldos de seus cartões de crédito no trimestre mais recente, no maior salto trimestral já registrado, disse o Fed de Nova York em seu relatório trimestral sobre dívida e crédito das famílias, baseado em dados dos relatórios de crédito da Equifax. A demanda reprimida por compras de viagens e entretenimento, que os consumidores não podiam ou não estavam dispostos a fazer no início da pandemia, impulsionou os saldos dos cartões de crédito no período.
Os balanços dos cartões de crédito caíram acentuadamente nos primeiros meses da pandemia, resultado de um declínio nos gastos e da disponibilidade de dinheiro de estímulo que permitiu que os mutuários pagassem suas dívidas. Os saldos totais de cartões de crédito ficaram em US$ 856 bilhões no final de 2021, abaixo dos US$ 927 bilhões de dois anos antes. Fonte: .