A Fórmula 1 anunciou neste domingo que o GP de Miami fará parte do calendário 2022 da categoria. Há alguns anos, a Liberty Media buscava incluir um segundo circuito nos Estados Unidos no calendário. Desde 2012, na parte final da temporada, o Circuito das Américas, em Austin, no Texas, recebe a prova em território norte-americano. Caso o cenário não evoluísse com a cidade da Flórida, Indianápolis, Los Angeles e New Jersey estavam no radar dos organizadores.
O contrato com o novo circuito é valido por 10 anos e conseguiu superar a contrariedade de moradores da região de Miami Gardens, que fica 25 quilômetros ao norte de Miami e receberá a prova. Membros de grupos ativistas da cidade alegam que a corrida causará problemas com poluição atmosférica e sonora, além de prejudicar o trânsito local. Por isso, o traçado da prova foi modificado diversas vezes até que ficasse localizado em uma região melhor. O horário da prova e dos treinos também foi alvo de críticas e deve se ajustar para atender aos interesses locais. O início dos eventos não pode coincidir com horário escolar e deve se encerrar antes do pôr do sol.
A prova será realizada no entorno do Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, equipe de futebol americano da NFL. O traçado terá 5,41 quilômetros, contando com 19 curvas e três retas onde poderá ser liberado o uso do DRS (abertura da asa traseira). Estima-se que a velocidade máxima a ser alcançada será de 320 km/h.
"Somos gratos aos nossos fãs, às autoridades de Miami Gardens e à indústria do turismo local por sua paciência e apoio durante todo este processo. Estamos ansiosos para trazer o maior espetáculo de corrida do planeta para Miami pela primeira vez na história do nosso esporte. Estaremos trabalhando em estreita colaboração com a equipe do Hard Rock Stadium e da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para garantir que o circuito ofereça corridas sensacionais, mas também deixe uma contribuição positiva e duradoura para as pessoas da comunidade local", afirmou Stefano Domenicali, CEO da F-1.
Para chegar a um acordo para a liberação da prova, o novo prefeito de Miami Gardens, Rodney Harris, e Stephen Ross, bilionário dono do Miami Dolphins, aprovaram investimento na cidade de US$ 5 milhões (cerca de R$ 28,5 milhões) ao longo dos próximos dez anos. Haverá também um programa de descontos para moradores, prioridade para empresas locais e oferecimento de cursos e estágios para moradores em algumas áreas de especialização, como engenharia, ciência e tecnologia.
Anteriormente, Riverside, Sebring, Watkins Glen, Phoenix, Detroit, Dallas, Las Vegas, Long Beach e Indianápolis receberam corridas nos Estados Unidos. Em 1983, por exemplo, foram três provas no país. Para 2021, 23 corridas estão programadas para a temporada. A Fórmula 1 entende haver espaço no calendário para até 25 provas. Marrocos e África do Sul são os próximos alvos da categoria, que busca ampliar sua presença em outros continentes.