Internacional

Farc terão reunião em setembro para ratificar acordo e definir rumos políticos

As principais lideranças das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia planejam se reunir uma última vez em meados de setembro para ratificar o acordo de paz firmado com o governo colombiano esta semana e mapear a estratégia política do grupo.

“A importância histórica deste evento é de que o povo da Colômbia e o mundo vejam de perto o desenvolvimento e conclusões do que será a última conferência da nossa organização armada”, disseram as Farc, em um comunicado divulgado neste sábado, que convida a mídia para cobrir a conferência.

O encontro ocorrerá entre os dias 13 e 19 de setembro, em San Vicente del Caguán, uma área onde os rebeldes têm sido dominantes e que foi o centro de uma zona desmilitarizada da Suíça que foi cedida às Farc durante uma tentativa anterior de paz há mais de uma década.

Cerca de 200 delegados devem participar do evento, incluindo 29 membros do comando central das Farc, um órgão de decisão superior. Vários dignitários estrangeiros cujos nomes não foram revelados também são esperados.

O acordo de paz tem 297 páginas e foi alcançado esta semana em Cuba, pondo fim ao conflito com guerrilhas mais antigo da América Latina, que causou mais de 220 mil mortes e tirou 5 milhões de pessoas de suas casas ao longo de cinco décadas.

Como parte do acordo, os membros das Farc devem entregar suas armas no prazo de seis meses após o negócio ser formalmente assinado, em vez tentar convencer os colombianos céticos de que a organização está pronta para jogar pelas regras da democracia.

Em troca, o movimento político que será criado após a entrega das armas terá um mínimo de 10 cadeiras no Congresso, cinco da câmara baixa e cinco no Senado, por dois períodos legislativos. Além disso, serão criados 16 assentos na câmara para ativistas de base em áreas rurais, tradicionalmente negligenciadas pelo Estado e onde os partidos políticos existentes serão proibidos de lançar candidatos.

Depois de 2026, ambos os arranjos vão acabar e os ex-rebeldes terão de demonstrar a sua força política nas urnas. Fonte: Associated Press.

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