Cidades

Farmácias ignoram Anvisa e ainda indicam antibióticos a fregueses

Na contramão das indicações dos Conselhos Federais e Regionais de Medicina, que na última quarta-feira notificaram o perigo da automedicação e da indicação de remédios por não médicos,

farmácias em Guarulhos orientam a população e indicam até mesmo o uso de antibióticos sem receitas médicas.
Sem se identificar, a Reportagem foi a quatro farmácias de diferentes regiões da cidade na última quinta-feira solicitando indicação de medicamento que fosse eficaz para uma infecção urinária. Dentre estas, três indicaram o mesmo antibiótico como sendo um remédio específico para este problema de saúde.

As três drogarias foram Hiperfarmac e Santa Cruz, ambas na avenida Otávio Braga de Mesquita, na Vila Barros; e Drogalis, na rua Sete de Setembro, no Centro. Nesta última, a única diferença no atendimento foi a pergunta da balconista quanto à possibilidade de já ter sido ministrado outro medicamento antes da procura.

A drogaria Pacheco, localizada no Calçadão, agiu dentro do esperado pelos conselhos de medicina. Ao receber a solicitação de um medicamento para infecção urinária, a atendente informou que não é correto fazer uso de antibióticos sem orientação médica. No caso deste problema de saúde, a balconista ainda alertou para a possibilidade de infecção por diferentes tipos de bactérias e quanto à necessidade de realização de exames para averiguar qual a medicação ideal a ser ministrada.

Automedicação – A população guarulhense ouvida pelo Guarulhos Hoje mostra-se dividida entre a consciência da necessidade de orientação médica e a automedicação constante.

A dona de casa Maria Aparecida Alves da Silva, 34 anos, conta que não vê problemas em administrar por conta própria medicamentos. "Quando estou com garganta inflamada, por exemplo, compro Amoxilina e Diclofenaco e uso", disse Maria. A diarista Fernanda Maria dos Santos, 19, diz que usa "principalmente anti-inflamatórios por conta própria".

Já o aposentado Ulisses Soares Galvão, 67, representa outra parte da população. Ele afirma que a automedicação pode ser um risco. "Usar medicamentos aleatoriamente e sem prescrição médica é algo perigoso". Conta ainda que já ocorreu de receber sugestões de uso de remédios em farmácias, mesmo sem que tenha solicitado.


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