O impacto de George Michael, músico britânico que morreu no último domingo, 25, dia de Natal, na casa dele localizada na região central da Inglaterra, na vida e obra de outros não se pode medir em tamanho ou importância. De nome venerado por aqueles que deveriam ser idolatrados, caso de Paul McCartney a Madonna, a primeiro artista ocidental a se apresentar na fechada China durante os anos 1980, o astro deixou um rastro quase anônimo de benfeitorias que só foram descobertas após a sua partida.
Michael tinha 53 anos e morreu em decorrência e insuficiência cardíaca, revelou o empresário dele de longa data Michael Lippman. Ao site The Hollywood Reporter, Lippman se dizia “devastado”. Ele recebeu a notícia no dia 25. Na ligação, foi informado que o cantor morreu na cama, deitado e em paz, na residência dele em Goring-on-Thames, vilarejo de pouco mais de 3 mil pessoas.
A saúde do britânico já havia sido notícia recentemente, como quando ele cancelou sua última turnê, em 2011, para tratar de uma grave pneumonia, que o manteve internado por três semanas na Áustria.
Artistas e figuras importantes da cultura pop foram a público prestar homenagens a Michael, como Paul McCartney. O ex-Beatle publicou uma imagem de 2005 na qual posava ao lado do também inglês. Na ocasião, a dupla regravou Heal the Pain, um dos grandes sucessos do cancioneiro de Michael, para um disco de comemoração dos 25 anos de carreira dele. “A música doce da alma de George Michael viverá mesmo após sua morte repentina”, escreveu Macca. “Tendo trabalhado com ele em várias ocasiões, seu grande talento sempre brilhou e seu autodepreciativo senso de humor fez a experiência ainda mais agradável”, completou Paul McCartney.
Madonna, a rainha do pop e da dance music frequentados por Michael, lamentou a partida do artista com um vídeo no qual ela entregava um prêmio a ele, em 1989. “Mais um grande artista que nos deixa”, ela escreveu – 2016, por sinal, levou David Bowie, Prince, Leonard Cohen, entre tantos outros.
“Estou em profundo choque”, escreveu Elton John, também no Instagram, e continuou: “Perdi um amado amigo e um dos artistas mais gentis, das almas mais generosas e um dos mais brilhantes”, desabafou ainda o cantor e compositor inglês.
A mesma figura midiática que estrelava capas de disco com o dorso à mostra, cantava a liberdade de todo tipo, de expressão à sexual, mantinha um bom número de ações filantrópicas que preferia manter em segredo.
Com sua morte, algumas das instituições decidiram revelar as doações feitas pelo astro como uma forma de homenageá-lo. Esther Rantzen, fundadora da Childline, uma instituição dedicada a prover aconselhamento telefônico confidencial para jovens, revelou que Michael doava a eles todos os direitos autorais de Jesus To A Child – música, aliás, criada pelo britânico em homenagem ao namorado brasileiro, o estilista Anselmo Feleppa, morto em 1993, de complicações decorrentes da aids. Outras instituições, como a Terrence Higgins Trust, que se dedica a ajudar portadores do vírus HIV, e o Macmillan Cancer Suport, também receberam doações de Michael com o passar dos anos.
No Twitter, durante o início da tarde desta segunda-feira, 26, fãs revelaram outros atos de generosidade de Michael. Certa vez, ele doou 15 mil libras a uma mulher que gostaria de realizar uma inseminação artificial ao vê-la em um programa de TV britânico. Noutra, deixou um cheque no valor de 25 mil libras a uma estranha que estava chorando por causa das dívidas em um café – e Michael pediu para que o cheque fosse entregue só quando ele estivesse saído do local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.