O setor de serviços na cidade de São Paulo registrou recuo de 3,4% no faturamento real em 2016, conforme balanço da FecomercioSP obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. O total em valores foi de R$ 263,4 bilhões.
Segundo a instituição, o resultado acumulado do ano passado mostra que as empresas do setor perderam R$ 9,3 bilhões em receitas em relação a 2015, valor que corresponde ao faturamento do segmento de serviços da Construção Civil (R$ 9,4 bilhões). Em 2015, o faturamento das empresas paulistanas de serviços já havia recuado 2,8%, totalizando, em dois anos de crise, uma perda de R$ 17,2 bilhões.
No último mês de 2016 também houve recuo na comparação interanual, de 1%, totalizando R$ 22,6 bilhões em receitas, o menor faturamento, em termos monetários, para o mês desde 2012.
Das 13 atividades que compõem o setor, sete registraram retração no faturamento real na comparação entre dezembro de 2016 e de 2015. As variações negativas mais expressivas foram observadas nas categorias Técnico-Científico (-28,6%), Turismo, Hospedagem, Eventos e Assemelhados (-23,3%), Representação (-19,1%), Conservação, Limpeza e Reparação de Bens Móveis (-11,4%) e Mercadologia e Comunicação (-11,3%). Por outro lado, o setor de Saúde teve o resultado positivo mais significativo (25,1%).
No acumulado do ano passado, os destaques foram similares. As principais contribuições negativas foram os segmentos de Construção Civil (-22,6%), Técnico-Científico (-16,3%), Representação (-15,9%) e Mercadologia e Comunicação (-12,2%). Do lado positivo, a FecomercioSP ressaltou a elevação de 21,3% no faturamento real do segmento de Saúde.
A instituição afirmou, em nota, que o declínio do faturamento do setor é um reflexo da crise econômica e política. A FecomercioSP também explicou que a expansão das receitas dos serviços de saúde se justificam pelo aumento do desemprego. “As pessoas tentam antecipar consultas e exames que necessitam enquanto ainda possuem convênio médico.”
A recomposição das perdas do setor, destaca ainda a FecomercioSP, vai depender da retomada das variáveis determinantes de consumo, como os indicadores de emprego, renda, crédito e a redução dos juros e da inflação. “A recuperação de tais indicadores colaborará para que a confiança dos empresários seja restabelecida de forma a contemplarem em seus planejamentos eventuais investimentos e/ou contratação de determinados serviços”, diz em nota.