Estadão

Faturamento real nas fábricas cai pelo 2º mês consecutivo em setembro, diz CNI

O faturamento real nas fábricas caiu pelo segundo mês consecutivo em setembro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). As vendas tiveram recuo de 1,5% em relação a agosto, já considerando dados dessazonalizados. Considerando apenas o bimestre de agosto e setembro, a queda foi de 6,3%.

"O resultado segue a tendência de retração observada desde o início do ano. Destaca-se que o faturamento real da indústria vinha alternando altas e baixas, com as últimas mais acentuadas, mas na primeira vez do ano o faturamento caiu por dois meses consecutivos", destacou a CNI.

Na comparação com setembro de 2020, a queda nas vendas foi de 9,9%. Já no acumulado dos nove primeiros meses de 2021, houve um aumento de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado marcado pela fase mais aguda da crise causada pela pandemia de covid-19.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou marginalmente, de 81,8% em agosto para 81,6% em setembro. No mesmo mês do ano passado, estava em 78,8%.

Já o emprego continuou estagnado em setembro, sem variação, após avanço de apenas 0,1% em agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve crescimento de 5,0%, além de avanço de 4,2% no acumulado do ano.

"Os dados mostram uma desaceleração no crescimento da indústria nesse terceiro trimestre. Esse quadro já é resultado da alta de juros, da inflação, da falta de insumos e da crise hídrica", avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Ainda assim, as horas trabalhadas na produção aumentaram 1,7% em setembro, com alta de 4,2% na comparação com setembro de 2020. Nos nove primeiros meses de 2021, o volume de horas trabalhadas na indústria foi 12,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A massa salarial real na indústria cresceu 0,2% em setembro, enquanto o rendimento médio real dos trabalhadores do setor ficou estável no mês. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, os indicadores registram queda de 0,3% e 5,0%, respectivamente.

"O rendimento médio real vem sofrendo quedas sucessivas ao longo de 2021, e acumula queda de 2,6% entre janeiro e setembro", destacou a CNI.

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