Cidades

Favela Hatsuta pode dar lugar a galpão para reciclagem

Após a retirada das cerca de 500 famílias, o local também comportará uma cooperativa

A favela da Hatsuta deve se transformar em uma grande área de reciclagem de materiais onde também será implantada uma cooperativa. O prefeito Sebastião Almeida deve oficializar o pedido junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelos próximos dias.

A intenção foi confirmada ontem pelo chefe do Executivo durante a assinatura de contrato entre a Prefeitura de Guarulhos, a Caixa Econômica Federal, o proprietário do terreno, Eduardo Aita, e a construtora DIB Arquitetura e Incorporadora, para a construção de 1.460 unidades habitacionais para os moradores do local que devem ser retirados apenas após a entrega dos apartamentos. "Na reciclagem quem vai ganhar dinheiro é quem trabalha por isso a cooperativa será importante", afirmou o prefeito Almeida.

Localizada às margens da avenida Presidente Tancredo Neves, a favela da Hatsuta, encontra diversos problemas desde a ausência de saneamento básico, falta de estrutura adequada das residências, além da exploração infantil, uma vez em que são muitas as crianças que ficam próximas da região realizando um manuseio artístico com uma espécie de malabares pedindo dinheiro aos motoristas nos semáforos.

"A vida inteira a gente sonhou em mudar a realidade das crianças da Hatsuta. Agora elas vão estar ao lado de uma escola, próxima de um CEU que é o lugar onde uma criança deve estar", ressaltou o prefeito. Com a implantação da cooperativa haverá a criação de alternativas de geração de renda para os catadores que sobrevivem com o trabalho de separação de resíduos. O estabelecimento será igual ao da Cooperativa do Taboão que emprega 84 catadores.

Após 15 anos, moradores da favela devem ser realocados

O projeto visa realocar as 500 famílias que possuem renda mensal de até três salários mínimos e vivem atualmente no local. A obra será construída na Estrada das Lavras e contará com o investimento de R$ 94,9 milhões, financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida, da Caixa Econômica Federal.

Segundo o secretário de Habitação, Orlando Fantazzini, a conclusão da obra aumentará para 3.200 o número de unidades contratadas desde 2009, além de cerca de 1.700 unidades que estão em construção, outras 2.100 serão construídas no Carmela e no Bananal. A meta é atingir 6 mil unidades habitacionais e reduzir o déficit de moradia em 14%. "É um esforço de todos com o único objetivo de proporcionar uma moradia digna para a população", ressaltou.

A obra iniciará em novembro e terá a duração de 15 meses, contudo os primeiros apartamentos têm a estimativa de serem entregues até junho de 2012.

Posso ajudar?