Estadão

FBI vai ajudar na investigação de candidato assassinado no Equador

Um dia depois do assassinato do jornalista, ativista e candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, os equatorianos, impactados pelo aumento da violência no país, agora aguardam a chegada de uma equipe da agência federal americana FBI, que promete colaborar na investigação da mais recente morte política na nação sul-americana.

A ajuda do FBI foi anunciada nesta sexta-feira, 11, pelo presidente equatoriano, Guillermo Lasso, que declarou ontem, 10, o estado de exceção durante 60 dias em todo o país após a morte a tiros de Villavicencio, com o objetivo de garantir a realização das eleições gerais antecipadas, que devem ocorrer em 20 de agosto.

Os agentes enviados pelos Estados Unidos terão a tarefa de investigar, junto com a polícia equatoriana, as causas do assassinato e os atores intelectuais do crime.

Após os acontecimentos da quinta-feira, o governo dos EUA ofereceu ao governo equatoriano "assistência investigativa urgente" por meio de seu embaixador em Quito, Michael J. Fitzpatrick. Nos últimos dois anos, o governo americano e o Equador têm construído laços estreitos de cooperação, fundamentalmente na área da segurança.

Na quinta-feira, 10, o gabinete do promotor anunciou a prisão de seis pessoas de nacionalidade colombiana que supostamente participaram no atentado que matou Villavicencio. O autor direto do atentado, também colombiano, morreu no local do ataque.

"Em várias incursões em Conocoto e no sul da cidade, seis pessoas foram presas: Andrés M., José N., Adey G., Camilo R., Jules C., Jhon R., todos estrangeiros", afirmou o ministro do Interior do Equador, Juan Zapata.

De acordo com o ministro, a polícia havia encontrado um pequeno arsenal que estava na possessão dos suspeitos: um fuzil com dois carregadores, uma submetralhadora, quatro pistolas, três granadas, quatro caixas de munição, duas motocicletas e um veículo roubado.

Os seis suspeitos foram capturados no sul de Quito e, de acordo com as autoridades, eles tinham sido previamente presos no mês anterior, mas não ficaram sob custódia e depois foram declarados fugitivos do sistema judiciário por não comparecerem a uma audiência.

Villavicencio era um dos oito candidatos nas eleições gerais extraordinárias do Equador. Além da sua morte, o ataque a tiros deixou pelo menos nove feridos no local do comício em que o candidato havia participado.

Nesta manhã foi realizado o velório do ex-candidato. Em um dia fúnebre para o país, dezenas de simpatizantes tentaram entrar na capela para prestar suas últimas homenagens e foram freados por policiais, que jogaram spray de pimenta durante o aumento das tensões.

Também foram reportados uma série de desentendimentos entre os parentes de Villavicencio. Alguns culparam a esposa do falecido, Verónica Sarauz, por não permitir o acesso deles à capela. A decisão de Sarauz foi manter o velório privado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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