Assustados com a morte de um macaco por febre amarela na zona norte, paulistanos de outroas regiões já procuram vacinação. É o caso da secretária Suelen Dias, que nesta quarta-feira, 25, foi à Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque da Lapa, na zona oeste, para se vacinar. Por lá, a procura pelo imunizante foi tão grande que foi preciso montar uma tenda do lado de fora do posto.
Por volta das 16 horas desta quarta, o estoque já havia acabado, mas Suelen esperava uma nova remessa. “Dizem que já acabou, mas pode chegar mais. Estou aqui porque sou teimosa”. Mesmo morando na zona oeste, Suelen diz que não hesitou em procurar a vacina, contrariando a recomendação da Prefeitura. “Não importa se os casos aconteceram só na zona norte por enquanto. As pessoas circulam pela cidade, os mosquitos também. Não saio daqui sem me vacinar”, afirmou.
Já na UBS Vila Prudente, na zona leste, os pacientes recebem a recomendação para só tomarem a vacina em caso de viagens para áreas de risco, mas não há necessidade de comprovar o deslocamento. A reportagem apurou que houve aumento da demanda na UBS: entre 60 a 80 pessoas procuraram a vacina nos últimos dias. A unidade, porém, não tinha filas ontem.
Na UBS São Vicente de Paula, no Ipiranga, zona sul, um policial militar, que não quis se identificar, afirmou ter cruzado a capital para se vacinar. “Moro na zona norte. Estou usando este posto porque os de lá estão muito cheios”, conta.
Na mesma unidade, a representante comercial Paula Miquelino reclamou da espera para conseguir a vacina. Quando chegou à unidade, ao meio-dia de ontem, havia apenas 18 pessoas na fila, mas a espera foi de duas horas e meia. Ela conta que buscou a imunização depois que um colega de escola do filho foi internado com uma doença ainda não diagnosticada.
A professora Cristiane Granado também levou o filho Caio, de 13 anos, para tomar a vacina no Ipiranga. “Fiquei preocupada ao saber da circulação de febre amarela. Temos muitos mosquitos no Ipiranga, mesmo nos andares altos dos prédios.”
Indicação
A auxiliar administrativa Grasiele de Brito, de 27 anos, ficou surpresa ontem quando levou o filho de 2 anos a um consulta de rotina com uma endocrinologista no Hospital das Clínicas, na região central. Mesmo morando a 20 quilômetros do foco da doença, eles foram orientados a tomar a vacina.
“Nem estava pensando nisso porque não moro na região de risco, mas a médica disse o mosquito pode voar para outras regiões e insistiu para eu tomar”, disse Grasiele, que mora na Vila Formosa, zona leste. Infectologistas, porém, têm dito que os mosquitos não têm autonomia de voo grande e a imunização somente na zona norte é suficiente. Ela também já repensa o passeio no fim de semana. “Tínhamos planejado em ir ao Parque Ecológico do Tietê, mas lá tem macacos, bichos silvestres. Não vou mais.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.