Craig Reedie, presidente da Agência Mundial Antidoping (Wada, sigla em inglês), anunciou nesta quinta-feira que uma delegação vai inspecionar o laboratório de Moscou, na Rússia, fechado desde 2015. A visita faz parte de um acordo entre a Wada e o governo russo, que permitiu que a agência antidoping do país fosse restabelecida em setembro, após uma suspensão de quase três anos devido ao uso generalizado de drogas.
O acordo de setembro deu à Rússia um prazo até 31 de dezembro deste ano para fornecer dados completos do laboratório. Isso poderia ajudar a Wada a identificar e punir os atletas por violações de doping anteriores. A Rússia também deve entregar amostras do laboratório para reanálise até 30 de junho de 2019.
“Nós temos uma garantia escrita pelas autoridades russas de que isso acontecerá até 31 de dezembro”, afirmou Craig Reedie. “Acho quase inconcebível acreditar que nós não completemos este projeto a tempo”.
As autoridades russas demoraram a concordar com as condições, mas Craig Reedie disse que recebeu uma carta do ministro do Esporte, Pavel Kolobkov, horas antes do encontro desta quinta-feira. “Enviaremos uma equipe de especialistas altamente qualificados. Todo mundo sabe o motivo pelo qual eles foram solicitados. E eu estou totalmente confiante no trabalho dessas pessoas. Vai resolver a situação que temos com as autoridades russas”, disse o presidente da Wada.
Segundo Jonathan Taylor, presidente do comitê da Wada, a primeira visita será composta por três “pessoas independentes” e “os russos também terão algumas pessoas”. “Será uma missão completa, que servirá para coletar informações”, disse Craig Reedie.
E-mails do laboratório revelados em uma investigação da Wada mostraram exames positivos de atletas Top da Rússia. Supõem-se que mais de 1.400 amostras em 2015 teriam sido destruídas para obstruir as investigações da agência mundial antidoping.
A polícia russa isolou o laboratório para investigação. Até o momento existe uma acusação contra o ex-diretor do laboratório e informante da Wada, Grigory Rodchenkov, que teria mentido sobre os casos de doping da equipe olímpica russa e de ter enganando os atletas “limpos” para que usassem substâncias proibidas.
“Não podemos decepcionar nossos aliados, um dos quais é a Wada”, disse Yuri Ganus, diretor executivo da Rusada (Agência Antidoping da Rússia, na sigla em inglês).