O volume de famílias paulistanas endividadas recuou em setembro devido à cautela dos consumidores em contraírem novas dívidas, afirmou a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em nota, a assessoria técnica da FecomercioSP explicou que essa cautela se deve ao cenário de baixo crescimento econômico aliado a juros em alta e desaceleração na geração de empregos no Brasil.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o volume de famílias paulistanas endividadas recuou de 49,4% em agosto para 47,8% em setembro. No mesmo mês do ano passado, o resultado era de 52,6%. Em termos nominais, o volume de famílias endividadas é de 1,715 milhão, o menor desde dezembro de 2012.
Apenas 11,7% das famílias entrevistadas pela FecomercioSP têm dívidas ou contas em atrasos, e 4,1% delas não têm condições de pagar. O cartão de crédito continua a ser a principal dívida contraída, representando 62,7% dos entrevistados. Logo em seguida aparecem financiamento de carro (22,1%), carnês (16,3%), financiamento de casa (14,8%), crédito pessoal (12,6%) e cheque especial (6,9%).
Pela segmentação por renda, a proporção de famílias endividadas é maior no grupo que ganha até 10 salários mínimos: 52,2%. Entre os que ganham acima deste patamar, a proporção é de 35,1%. “As famílias de renda mais baixa sentem rapidamente os efeitos da alta dos preços e, com isso, aumentam o uso do crédito para manter os padrões de consumo ou até mesmo para complementar a renda”, explicou a FecomercioSP.