O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está "dando passos" para conter a inflação nos Estados Unidos, avalia a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen, em testemunho no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes, nesta quarta-feira. Ela destacou que o Fed está encarregado de controlar a inflação no país e ressaltou que a administração do presidente Joe Biden propôs um orçamento para o ano fiscal de 2023, cuja expectativa é reduzir o déficit do país.
A secretária afirmou que o aumento dos preços está se dando por fatores ainda ligados à pandemia, como os gargalos de oferta.
<b>Duração da pandemia</b>
Janet Yellen disse acreditar que a pandemia irá durar mais do que o previsto, o que deve impulsionar a inflação nos Estados Unidos. Ela foi questionada se ainda usaria a palavra "transitória" para classificar a alta inflação, como havia feito da vez anterior no Comitê, junto ao presidente do Fed, Jerome Powell.
"Quando usei a palavra transitória, achei que o avanço da inflação tinha relação com a pandemia. E, infelizmente, acho que pandemia vai durar mais do que antecipei", disse ela, que pontuou que esse é "um dos fatores" que contribui para pressões inflacionárias no país.
<b>Efeito da guerra</b>
De acordo com Janet Yellen, as pressões inflacionárias devem escalar com as sanções impostas à Rússia. "As sanções que impusemos contra a Rússia elevam os preços de energia. É um preço válido a se pagar para punir a Rússia pelo que está fazendo na Ucrânia", comentou.
Ela destacou que os preços de produtos ucranianos também estão subindo, assim como os de metais, como níquel e titânio, que têm papel importante na indústria.
<b>Questão energética na Europa</b>
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos disse ainda que o país está fazendo "tudo o que pode" para ajudar parceiros europeus para lidar com questão energética, uma vez que "infelizmente" vários ainda são dependentes de derivados de petróleo russos. Ela pontuou que o objetivo é "causar a máxima dor possível à Rússia e usar habilidade americana para blindar os EUA e seus parceiros".
Depois de ler o discurso, divulgado antes do início da sessão, Janet Yellen passou a responder às perguntas feitas pelos membros do Comitê.