Um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciar sua revisão de política monetária, a presidente da distrital de Cleveland da autoridade monetária dos Estados Unidos, Loretta Mester, ressaltou que os dirigentes não vão permitir inflação muito acima da meta de 2%, agora flexibilizada. "Nossa meta de inflação ainda é 2% O que muda é a estratégia para chegar lá", afirmou, em, entrevista à emissora <i>CNBC</i>, nesta sexta-feira, 28.
Como explicitado ontem por Jerome Powell, o BC americano passa a permitir que a inflação rompa a meta de 2% por algum tempo, como forma de compensar o período em que rodou abaixo disso, como o atual.
Mester defendeu a atualização da estratégia do Fed. "A revisão foi feita porque a economia mudou. Em um ambiente de juros baixos, há uma pressão deflacionária. Precisamos fazer algo para trazer a inflação para cima", afirmou. "Apoio fiscal precisa seguir e acomodação monetária será necessária por um tempo", completou.
A dirigente reforçou, por mais de uma vez durante a entrevista, que a nova postura do BC dos EUA não consiste em uma fórmula matemática estanque. "Política monetária está adequada para atual cenário econômico", ressaltou Mester, que negou a formação de uma bolha no mercado de ações, apesar da injeção de liquidez sem precedentes por parte da autoridade.
Sobre a recuperação econômica no país, a presidente do Fed Cleveland, com direito a voto nas reuniões de 2020 do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), disse "realmente acreditar" em uma recuperação lenta. "Vimos uma moderação da atividade econômica onde coronavírus está voltando", alertou.