O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou nesta terça-feira, 2, que a inflação nos Estados Unidos e os riscos para ela se mostram mais equilibrados, mas renovou a declaração de que ainda é preciso haver mais confiança na trajetória, antes de decidir por cortar juros.
Durante participação em painel do Banco Central Europeu (BCE), na cidade portuguesa de Sintra, Powell destacou como crucial neste momento para o BC encontrar o equilíbrio entre cortar cedo demais, correndo o risco de renovada inflação, e o de demorar muito e causar um peso desnecessário para a economia. Ele falou em painel ao lado do presidente do BC brasileiro, Roberto Campos Neto, e da presidente do BCE, Christine Lagarde.
Powell disse que a inflação pode retornar à meta de 2% nos EUA "no fim do próximo ano, ou no seguinte". E comentou que o Fed precisa de mais confiança para cortar juros e deseja ver "mais dados como os recentes" na inflação. Ao mesmo tempo, recordou que os números do primeiro trimestre na inflação em seu país foram "fortes", porém acrescentou que o quadro de economia forte dá ao Fed tempo para esperar antes de mexer nas taxas.
O presidente do Fed projetou que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA deve ficar, dentro de um ano, em "2% a 2,5%", no índice cheio. Ele considerou o progresso já obtido na inflação como "significativo", mas notou que os salários ainda crescem "um pouco acima" do nível de equilíbrio. Powell vê o mercado de trabalho americano desacelerando, enquanto os ganhos salariais caminham para um ritmo "mais sustentável".