O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou nesta segunda-feira, 15, que a instituição precisa "concluir a tarefa" para levar a inflação à meta de 2%. Segundo ele, o mercado de trabalho continua "muito forte" e a inflação "obviamente ainda muito acima" da meta de 2%, por isso a postura de aperto monetário do banco central.
Kashkari respondeu a questões nesta segunda-feira, no evento Minnesota Transportation Conference.
Com direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, o dirigente disse que o mercado de trabalho americano continua a se recuperar do choque da pandemia, mas ainda haveria 1 milhões a 2 milhões de trabalhadores que seriam necessários para a força de trabalho.
Nesse contexto, ele defendeu reformas na lei imigratória, para incentivar a chegada de mais trabalhadores ao país, mas também comentou que o tema é politicamente delicado.
Kashkari ainda deu sinais de que não pretende apoiar relaxamento monetário rápido, no contexto atual. Ele advertiu contra eventuais decisões que poderiam partir de uma visão enganosa sobre o quadro, com "alguns poucos meses de dados bons".
De qualquer modo, também notou que a inflação está desacelerando, mas que ainda "há um caminho pela frente" até que ela retorne à meta.
<b>Moeda digital</b>
O presidente do Federal Reserve em Minneapolis afirmou ainda que desenvolveu um "ceticismo profundo" quanto à necessidade de adotar uma moeda digital emitida pelo banco central (CBDC, na sigla em inglês).
O dirigente explicou que tem dúvidas sobre a função do instrumento, cujo desenvolvimento está sendo avaliado por diversos BCs no mundo.
"Ninguém ainda articulou qual problema a CBDC busca resolver", ressaltou ele, que ponderou estar aberto a analisar os estudos sobre o tema.