O diretor do Federal Reserve (Fed o banco central americano) Christopher Waller afirmou nesta segunda-feira que, se a criação de empregos acelerar nos Estados Unidos em julho e agosto, a autoridade monetária poderia anunciar o "tapering" em setembro e iniciar o processo de redução das compras de ativos em outubro.
"Devemos diminuir cedo e rapidamente os estímulos para abrir caminho para aumentos potenciais de juros em 2022", defendeu o dirigente durante entrevista à <i>CNBC</i> ao atrelar o "tapering" aos dados do relatório de empregos (payroll).
Waller reconheceu que a inflação nos EUA está bem acima da meta média de 2% do Fed – no acumulado em 12 meses até junho chegou a 5,4% -, mas disse esperar que os preços "esfriem" nos próximos meses. Ele frisou que as expectativas de inflação estão bem ancoradas no país.
Ao ser questionado sobre o movimento no mercados de Treasuries, o diretor do Fed disse que muitos fatores têm interferido na precificação desses ativos. "Desconfio que a variante delta do coronavírus esteja criando incerteza", afirmou. Nos últimos meses, os rendimentos dos títulos da dívida pública americana têm recuado mesmo com a divulgação de indicadores de atividade que indicam retomada econômica nos EUA.
Waller, contudo, afirmou que a cepa delta não deve ter um impacto "direto" na economia americana, devido ao ritmo de vacinação, mas ponderou que o mercado pode prever um efeito em parceiros comerciais dos EUA.
Ainda sobre o "tapering", o dirigente disse que é favor de se reduzir de forma mais rápida as compras de ativos atrelados a hipotecas (MBS, na sigla em inglês) do que as de Treasuries. Ele, contudo, ressaltou que a maioria do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) está mais inclinada a realizar o processo de forma simultânea.