Estadão

Fed terá de elevar juros nos EUA para nível entre 5% e 5,25%, diz dirigente

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou nesta quarta-feira que a inflação "continua muito elevada" nos Estados Unidos, apesar de sinais recentes de moderação em seu núcleo. Em análise publicada hoje no site da distrital, ele defendeu que os juros sejam elevados para o nível entre 5,00% e 5,25% "e mantidos ali até bem entrado 2024", com uma política monetária mais apertada permitindo um equilíbrio melhor entre a oferta e a demanda agregada e, por consequência, menor inflação.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, o dirigente reiterou no texto o compromisso do Fed com a meta de 2%.

Além disso, retomou exemplos históricos, por exemplo da década de 1970, para argumentar contra um relaxamento prematuro da política monetária, que acabou por ter "resultados desastrosos" para a economia. "Não queremos repetir isso, portanto precisamos derrotar a inflação agora."

Bostic disse que fazer isso sem impor "dor econômica severa" requer um "equilíbrio delicado". Para ele, a demanda e a oferta por trabalho nos EUA seguem "desalinhados". Os juros, por sua vez, ainda não influenciam de modo suficiente a atividade das empresas, acrescentou. O gasto dos consumidores seguiu robusto ao longo do último ano, e o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu acima do esperado no segundo semestre de 2022. Olhando adiante, contatos entre empresas não esperam uma "deterioração severa", notou. "Portanto, há mais trabalho – na forma de altas nas taxas de juros – a fazer", disse.

Para Bostic, a inflação teve recuo recente, mas em nível ainda elevado. Além disso, o dirigente destacou o fator psicológico como "crucial" para as expectativas de inflação, e disse que o Fed também está atento a isso.

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