A Federação Paulista de Futebol (FPF) e os 16 clubes que disputam o torneio estadual criaram uma ação para ampliar a presença das mulheres nos estádios em São Paulo. É o movimento "#ElasNoEstádio". A primeira iniciativa é o atendimento especial às mulheres nas arenas para que possam relatar eventuais casos de assédio, ofensas e violência. Nos jogos na capital, haverá, preferencialmente, delegadas para atender o público feminino.
Outra iniciativa importante é o incentivo dado a coletivos e grupos femininos na ida às arenas. "Nossa intenção é aumentar o público feminino. Para isso, estamos criando condições favoráveis a elas nos estádios", afirma Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF.
Para planejar as ações, a entidade encomendou duas pesquisas de opinião entre mulheres. A última delas, realizada pelo Ibope/Repucom em dezembro, indicou que familiares ou amigos próximos costumam desencorajar a ida delas aos estádios. Neste contexto, as entrevistadas relatavam falta de companhia ou incentivo de seu círculo social para ir aos jogos.
Para ilustrar o processo de exclusão das torcedoras nos estádios, a federação permitiu que apenas jornalistas mulheres e cinegrafistas acompanhassem in loco a entrevista da diretora de futebol feminino da FPF e embaixadora do movimento, Aline Pellegrino, e da coordenadora de Marketing do Botafogo de Ribeirão Preto e representante dos clubes, Laura Louzada.
Torcidas femininas, como Bancada Das Sereias (Santos), Movimento Alvinegras (Corinthians), São PraElas (São Paulo) e VerDonnas (Palmeiras) participaram do evento. Os homens assistiram à coletiva pela TV.