O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Reinhard Grindel, afirmou que é contra o aumento no número de países que participam da Copa do Mundo. A declaração foi publicada nesta quinta-feira em formato de entrevista no site da entidade, às vésperas da primeira reunião do Comitê Executivo da Fifa em 2017, que acontece na semana que vem em Zurique, na Suíça.
“Na DFB estamos fundamentalmente convencidos de que o comprovado modelo de 32 nações participantes deveria ser mantido. A Copa do Mundo sempre foi um torneio muito popular entre torcedores, jogadores e patrocinadores. Por que isso deveria mudar?”, questiona o dirigente.
Os dirigentes do Comitê Executivo da Fifa receberam a proposta há poucas semanas e, para Grindel, seria necessário mais tempo para analisar uma reforma de tamanha magnitude. “Uma decisão ainda não será tomada. As associações receberam as propostas um pouco antes do Natal. Eu acredito que nós precisamos de um período prolongado para discuti-las, como associações individuais, depois como confederações e então como um todo. Essa decisão não deveria ser apressada”, analisou.
O Mundial é disputado com 32 equipes desde 1998 e a Fifa estuda a implementação de uma nova forma com 40 ou 48 países para desenvolver o esporte em continentes como África e Ásia, assim como, principalmente, para faturar muito mais com a competição.
Cálculos feitos pela Fifa indicam que, com 48 seleções, a Copa pode ter uma renda de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões). Isso seria mais de 25% superior ao que gerou o Mundial de 2014 no Brasil, o mais rico da história.
Os custos de organização também aumentariam. Mas apenas em 15%, para um total de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões). Ao final, os cofres da entidade poderiam garantir lucros de US$ 640 milhões (R$ 1,47 bilhão).
Grindel acredita, porém, que a Copa do Mundo inflada com essa justificativa de desenvolver estas nações que estão fora do grupo das maiores potências do futebol pode minar a real importância do evento.
“Primeiro de tudo, é importante que as associações europeias trabalhem em conjunto para ajudar a desenvolver o futebol na África e na Ásia. Entretanto, não tenho certeza de que inflar a Copa do Mundo seja a melhor maneira de fazer isso”, ponderou.
“Eu acho que poderia aumentar o conflito entre clubes e seleções por conta do aumento de partidas dos atletas. Eu também acho que tamanha mudança teria um impacto na atratividade do torneio”, finalizou.