Estadão

Federação do Ceará pode pedir exclusão do Sport por atentado ao Fortaleza em recurso

A Federação Cearense de Futebol (FCF) emitiu uma nota oficial contestando a punição aplicada ao Sport pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido ao atentado sofrido pela delegação do Fortaleza, no dia 22 de fevereiro. A entidade vai recorrer à sentença e não nega pedir a exclusão do clube pernambucano.

"Federação Cearense de Futebol vem comunicar que irá recorrer da decisão da Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a qual atribui ao Sport Club do Recife jogar oito partidas com portões fechados em decorrência do atentado ao ônibus do Fortaleza, ocorrido na madrugada do último dia 22 de fevereiro, na capital pernambucana", disse em nota.

A entidade entende que a punição foi branda tamanho o atentado sofrido pelos jogadores do Fortaleza, que correram risco de vida. "Informamos que será pedido a reforma da decisão de maneira parcial, no sentido de aumentar a punição a agremiação do Sport incluindo a possibilidade de os jogos não serem realizados no estado de Pernambuco por falta de segurança, inclusive há a possibilidade da agremiação do Sport ser excluída da competição conforme pedido da Procuradoria do STJD", completou.

Como defesa no julgamento, o Sport se baseou na Lei Geral do Esporte para tentar sair impune do caso, já que o caso ocorreu a mais de 5 km do local da partida. A FCF, no entanto, não tem a mesma leitura sobre o tema e considerou um acerto responsabilizar o clube pernambucano pelos atos cometidos por seus torcedores.

"Aproveitamos para parabenizar a atuação corajosa do Tribunal por ter enfrentado o assunto e entender que a Lei Geral do Esporte determina que o clube mandante tem responsabilidade com a segurança do clube visitante, do trajeto de chegada a saída do clube da cidade, criando um precedente importante que segue o entendimento da Conmebol e da FIFA", finalizou em nota.

O CASO
O ônibus que carregava a delegação do Fortaleza foi alvo de pedras e bombas na madrugada do dia 22 de fevereiro, quando deixava a Arena Pernambuco, na região metropolitana do Recife. Seis jogadores foram feridos no ataque e precisaram ser hospitalizados. O caso mais grave é do lateral Escobar, que chegou a ser atingido por um pedaço de estilhaço na cabeça.

No último domingo, o Fortaleza entrou em campo pelo Campeonato Cearense, diante do Maracanã, na Arena Castelão, com uma camisa estampada com marcas de sangue como forma de cobrar por justiça, já que os envolvidos no ataque ainda não foram punidos. Até esta terça-feira, ninguém foi preso.

Dos seis jogadores que precisaram de cuidados médicos, o zagueiro Titi e o lateral Escobar ainda não voltaram a jogar. O defensor precisou passar por uma cirurgia para a retirada de fragmentos de vidro de sua panturrilha, enquanto Escobar ainda se segura de sequelas de ferimentos pós-trauma.

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