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Feira Cultural LGBT movimenta Vale do Anhangabaú em SP

É um aperitivo para a Parada do Orgulho LGBT do domingo. “Mas enquanto a Parada tem uma função de manifestação social, a feira é essencialmente cultural”, afirma Fernando Quaresma, o presidente da associação que organiza ambos os eventos – a parada em sua 19ª edição e a Feira Cultural LGBT em sua 15ª.

No palco montado no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, das 10h às 22h desta quinta-feira, 04, quatro apresentadoras se revezam: Dindry Buck, Amanda di Poly, Léo Áquilla e Valenttini, todas com forte apelo junto ao público LGBT. Nas tendas espalhadas pelo vale, as opções vão de comidinhas a artesanato. Além, é claro, das ONGs e entidades com discursos afinados em defesa dos direitos da causa.

O evento deste ano foi viabilizado sem o apoio estrutural da Prefeitura de São Paulo, como ocorria nas edições anteriores. “A gestão municipal desistiu de nos ajudar em março, então tivemos de correr para conseguir resolver tudo da melhor forma possível”, conta Quaresma. O governo estadual entrou como principal apoiador da infraestrutura. “Mas precisamos arcar, via associação, com algumas coisas, como o posto médico”, exemplifica.

“Entendemos que era fundamental colaborar na organização para que esse evento pudesse ser realizado da maneira que já o consagrou”, diz Heloísa Gama Alves, coordenadora estadual de políticas para a diversidade sexual. A bandeira levantada pelo estande do governo paulista foca no combate à transfobia. “Atualmente, entendemos que é a população que mais sofre com o preconceito. Estamos lutando pelos direitos dessas pessoas e o primeiro passo, como política pública, é que elas tenham o direito a usar seu nome social”, completa Heloísa.

Quem roubava a cena no início da tarde era o grupo “esquadrão das drags”. Com berrantes trajes cor-de-rosa, Send Buck, Sissi Girl e Nina Cash eram assediadas para selfies e paparicadas pelos frequentadores da feira. O grupo atua em campanhas de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, principalmente no Largo do Arouche, região central de São Paulo. “Acreditamos que, como drags, temos um apelo lúdico na abordagem, principalmente com o público jovem”, diz Sissi.

Quatro igrejas evangélicas voltadas ao público LGBT e um grupo ecumênico com discurso inclusivo também montaram seus estandes na feira. “Queremos mostrar que o amor de Deus não distingue as pessoas, não exclui ninguém. Em nossa igreja temos mães e pais de família, é claro, mas também muitos homossexuais”, afirma o presbítero Milton da Silva, da Igreja Todos Iguais. “Os evangélicos que criticam os homossexuais são os que ainda não conhecem a verdade que nós conhecemos: que o amor de Deus é para todos.”

“É importante que as igrejas marquem espaço mostrando que o sagrado não é exclusividade de ninguém”, acredita Ester Leite Lisboa, assessora do Programa Saúde e Direitos da organização ecumênica Koinonia.

A expectativa da organização é que pelo menos 100 mil pessoas passem pelo Anhangabaú nesta quinta.

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