Felipão é o novo técnico do Atlético-MG. Ele se despediu dos jogadores e comissão técnica do Athletico-PR, que oficializou sua saída na tarde desta sexta-feira. Não pretendia negociar na condição de "bombeiro" do clube de Belo Horizonte após a demissão de Eduardo Coudet. Nem queria se render aos apelos emocionais dos dirigentes mineiros. Mas não recusaria a analisar uma proposta ou um plano de trabalho mais longo do clube de Minas. É certo que ele não deixa sua condição para apenas "ajudar" o Atlético no segundo semestre desta temporada. Quer mais.
Aos 74 anos e em seu primeiro ano como coordenador do Athletico-PR, Felipão montou sua vida em Curitiba e se dizia feliz no Paraná. Recentemente, recusou oferta de uma seleção do mundo árabe com intenção de levá-la para a Copa do Mundo de 2026. Havia muito dinheiro envolvido, mas a mudança era grande. Desta vez, houve alguns caminhos para essa negociação com o time mineiro. O preparador de goleiro Carlos Pracidelli vai com ele para Minas. Alexandre Mattos, diretor de futebol do time paranaense, informou alguns jornalistas da saída de Scolari. E demitiu Paulo Turra em seguida.
"O Athletico Paranaense informa que Luiz Felipe Scolari deixou o cargo de diretor técnico. O clube foi comunicado da decisão do profissional na tarde desta sexta-feira. Além de Felipão, o técnico Paulo Turra e o auxiliar técnico Carlos Pracidelli também não fazem mais parte do quadro de profissionais do Athletico. O Athletico Paranaense agradece aos profissionais pelos serviços prestados", revelou co clube paranaense.
O primeiro caminho foi ter esse plano de trabalho por mais de seis meses. Talvez duas ou três temporadas. O segundo passo foi definir uma oferta financeira. Os dirigentes do time mineiro sabiam quanto custaria um treinador estrangeiro e precisavam ter a mesma disposição para seduzir Felipão. E assim fizeram. O elenco ganha com a agilidade de trabalhar com um técnico brasileiro que já conhecem. Qualquer estrangeiro levaria mais tempo para se adaptar e fazer a equipe render. Felipão tinha de resolver com a família e com o Atlhetico-PR. Fez tudo nesta sexta.
Em Minas, os dirigentes do Atlético estavam otimistas com a possibilidade de trazer Felipão de volta à beira dos gramados antes mesmo de ele dizer "sim". Anteciparam-se em divulgar a notícia para acalmar os ânimos. Correram risco de perder o treinador. Felipão recusou uma vez a seleção inglesa porque a negociação vazou. O mesmo aconteceu com o Benfica. Mas ele queria muito voltar a trabalhar no campo.
Os cartolas de Minas entendem que a equipe pode se dar bem com ele no comando. Nas redes sociais, a torcida não se sente muito confortável ainda. O elenco é forte, mas não vem rendendo. Hulk e Felipão trabalharam juntos na Copa do Mundo de 2014. Vão se reencontrar agora.
A negociação foi rápida, o Atlético-MG viu brecha e trabalhou com agilidade. Scolari nunca esqueceu sua função à beira do gramado. Era coordenador, mas vinha recusando convites e "brigando" contra uma decisão que já estava tomada. Ele queria voltar.
O clube mineiro estava sem técnico desde domingo, quando o argentino Eduardo Coudet deixou a equipe após empate com o Red Bull Bragantino pelo Campeonato Brasileiro. Felipão ficou pouco tempo na função de coordenador. No Athletico-PR, o gaúcho comandou o time principal até o fim da última temporada e deixou no cargo seu assistente, Paulo Turra, para se incorporar nas novas tarefas. Nas últimas semanas, cresceram as especulações sobre o futuro de Luiz Felipe Scolari. O técnico recebeu sondagens do Oriente Médio.
É a primeira vez que Felipão treinará o Atlético-MG. Em Belo Horizonte, o técnico teve duas passagens pelo Cruzeiro, a primeira entre 2000 e 2001 e a mais recente entre 2020 e 2021, pela Série B do Campeonato Brasileiro. No Atlético-MG, terá como grandes desafios o Campeonato Brasileiro e a Copa Libertadores. Curiosamente, o time mineiro está no mesmo grupo do Athletico-PR no torneio continental, restando um jogo para o fim dessa etapa.
O Athletico-PR lidera a chave com 10 pontos, o Atlético-MG tem nove, e o Libertad, seis. Na rodada derradeira, os alvinegros visitam o time paraguaio, que precisa vencer por dois gols de diferença para roubar a vaga do Atlético-MG. No Brasileirão, o Atlético-MG ocupa a quarta colocação, com 18 pontos, apenas seis a menos que o líder Botafogo.